Verdade inconveniente, é perceber o pouco que somos, entender que tudo é relativo, e que a vida é pouco mais que fogo-fátuo. A verdade de hoje, é a subtracção do futuro e a soma do passado, e é a simples multiplicação de factos, de dias e de tardes, de choros mudos, de vicissitudes dependentes de acasos que se soltam ao sabor de um movimento perpétuo de ambições transformadas em pesadelos. Um sinal não pára a mudança, a realidade é a crueldade das linhas tortas do livro direito, que a sentença ditou ao nosso ouvido.
Assentar um pé na terra, é assumir o fracasso de um sonho, os dois, é morrer cedo demais na impermeabilidade da terra fértil de desejos. Não há vontade que não dê em impotência, não há prepotência, que publique a notícia da realidade imponente, da queda abrupta de todas as certezas, que nos colocam em cima de uma ponte de cristal.
Foi ontem que nasceu o hoje…é hoje, que mudamos o amanhã.