27 November, 2009

you raise me up

Cuando me ví desnudo y sin aliento
Parando al mar desierto y sin amor
Cuando pensé que mi alma había muerto
Llegaste tú como la luz del sol

Por tí seré más fuerte que el destino
Por tí seré tu heroe ante el dolor
Yo sin tí estaba tan perdido
Por tí seré mejor de lo que soy

24 November, 2009

..incerta a certa certeza de te encontrar

Debaixo dos pés que pisas,

No chão que não me pertence,

que me treme de olhar,

no desvio da tua desconfiança…

confio no que me dizes em silêncio.

 

É aqui que ele habita,

É neste espaço que imagino a tua voz,

As lembranças, que não te enganam,

E o meu toque que se perde na tua indiferença.

 

Um olá que não sorri, uma mão que não acena,

Um adeus que menti, e escondi,

Debaixo do pouco que sou, do nada,

Deste tão nada que me assombra os passos

E me faz tremer o chão que piso,

O chão que pisas,

O chão que caminha debaixo do que és…

 

E ali fico, vendo-te sair…calmo e sereno,

Enquanto encantas o Mundo.

 

Era assim que me recordava de ti,

Foi assim que te vi…sempre igual ao que me faz sonhar e sorrir,

Sempre…sempre…

Maria….

 

(…sem as lágrimas que apagam o fogo da vista, ainda me lembro do seres tão infinitamente cativante, como capaz de me transformar no pó que já era antes de ser)

19 November, 2009

…sou como um rato

"Ai de mim!", disse o rato, – "o mundo vai ficando dia a
dia mais estreito". – "Outrora, tão grande era que ganhei
medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver
aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes
altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro
que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira
em que irei cair". "– Mas o que tens a fazer é mudar de
direção", disse o gato, devorando-o.

 

F.Kafka

02 November, 2009

já estou além onde não estou…

Nunca tive muita vontade de dizer adeus, nunca tivemos muita vontade de chamar pelos nossos próprios nomes, e pelas coisas que nos faziam viver os dias de sol e de chuva que simbolicamente usam e abusam dos números que passam a letras, e das letras que fazem as músicas, as sinfonias, os instrumentos que tocam no peso celestial do imediato. As nossas contas, que não se conseguem contar, os nossos caminhos que não se podem apagar do nada, e surgir do tudo, e do que não nos pode rodear. Fabricamos as ideias que nos colocam na luz as formas arcaicas do nosso porvir. Perdemos algumas horas de distância a pensar no que eu poderia escrever e contar, e surgiu o porquê.

Numa tarde, em que a terra não se tornava mais que o último destino do tempo, e que na sua roda de aventura, pela ventura da rodagem entre os mundos que a rodeiam, o Sol parou, mas não deixou de brilhar da mesma forma que havia brilhado nos tempos infinitos. Surgiu na floresta, do momento, que o movimento se subiu ao ser em flor, nasceu na penumbra a ilusão da existência de um pássaro, de uma flor, de um insecto que sorrateiramente se esgueirou pela planície, batendo asas infindáveis, às vezes, como o bater de um coração que nunca se queda em si…

Sobreviverei ao que o tempo reservou para mim? Não creio! Julgo findar-me aqui e agora. E assim me deixo guiar pela sorte que não tive, pelas horas que nunca me deram, pela injustiça de não poder sonhar um pouco mais além do que me resta esperar ter.

A oportunidade ficou ali, e eu aqui, com a dor que o corpo me dá, com a maldade do chão que piso, e da solidão de um pequeno espaço que não me deixa ver para lá do que não resta ouvir dizer.

E tanto mais podia fazer… tanto mais que não me resta…

Foste tu… Fui eu … tu para a vida, eu para a sorte do sim ou não das voltas do existir…

Como custa deixar tanto por partilhar… Como custa esperar sozinho pela noite que nos leva o pensamento e a ruína de um respirar.. e ele bate, lento, leve, e este sabor de azedo viver que me ensaia o gosto e o paladar… já não é saliva, já não é sangue…é fim.

E tu, que vacilas em acreditar no terror da verdade que me resta, chegarás a tempo?

“Estou além… onde não estou”