31 December, 2008

L. bye '08

Nunca te sentiste no toque que te sinto?

As tuas mãos, a tua pele, é muito mais que contacto, é sentir profundamente o interior de um Nós, que acorrenta o que somos ao que não podemos ser.

O teu existir, o teu sabor, a tua boca e o teu encanto, elevam-se nas folhas de um livro qualquer, redigido por um génio qualquer, que nada mais declara que a sua própria existência em si, sem existir totalmente no espaço que ambos ocupamos.

Acabaria assim:

A tua ausência transmite a imagem de um deserto sem areia, de um espaço vazio, sem cor, sem luz, infinito no tempo e num espaço sem ar, sem aroma, sem brisa, sem mar, sem nuvens, sem chuva ou sol, onde um grito silencioso de desespero, que ninguém pode ouvir, entender, perceber ou agarrar, corta a impermeabilidade de um som profundo de um relógio que não pára, e que nem mesmo a força de Ser o pode suster.

A presença do teu olhar, confunde-se com o meu respirar. Sobrevivo nos teus cabelos, carrego as tuas dúvidas e rego as tuas incertezas, nelas deposito a invenção da minha presença real, no espaço imaginário em que a vida se manifesta intensamente.

A força que me resiste reside na essência das palavras que suavemente vagueiam pelo ar e dos desejos que navegam à deriva, no mar revolto e salgado de ondas feitas de improvisos.

 

PS - Hoje prestarei a devida homenagem aos deuses que nos observam, num copo de vidro claro, oferecerei as vestes de espuma branca, de uma colheita engrandecida pelo nome de um monge, brindarei ao futuro, e encerrarei o passado numa caixa de veludo azul-escuro. Comum. No teu lugar estará o luar, a certeza de um pensamento, de uma pequena lembrança, de um pequeno suspiro, e um beijo secreto trazido pela branda certeza do momento absoluto que corre no entretanto ausente. Sem sabor, sem saliva.

E em ti..um dia, uma noite. A vida, e só, meramente só, um espaço.

30 December, 2008

unlimited excuses

It is a good rule in life never to apologize. The right sort of people do not want apologies, and the wrong sort take a mean advantage of them.

P.G. Wodehouse

being alive!

Someone to hold me too close.
Someone to hurt me too deep.
Someone to sit in my chair,
And ruin my sleep,
And make me aware,
Of being alive.
Being alive.

Somebody need me too much.
Somebody know me too well.
Somebody pull me up short,
And put me through hell,
And give me support,
For being alive.
Make me alive.
Make me alive.

Make me confused.
Mock me with praise.
Let me be used.
Vary my days.

But alone,
Is alone,
Not alive.

Somebody crowd me with love.
Somebody force me to care.
Somebody let me come through,
I'll always be there,
As frightened as you,
To help us survive,
Being alive.
Being alive.
Being alive!

 

being alive (Company) - Stephen Sondheim

29 December, 2008

egeu

"...quando la luce splenderà!

Ed il mio bacio scioglierà il silenzio

che ti fa mia. "

 

Que mistério este, da visão turva do mundo real que parece imaginário, das certezas que se afastam das incertezas, que minhas são, e nunca do ambiente que me rodeia.

Atirem-me as pedras que me pertencem, o suficiente, para crer na inocência do dia em que premi o gatilho. Um tiro certeiro, na verdadeira essência do futuro que me espreitava para lá daquela porta.

Do outro lado esperava-me este hoje, que me absorve suavemente o sangue e a realidade.

Está Sol, derrete-se a cera. Cairei no Egeu.

29 de Dezembro de 1911

"O crescimento das forças sob a influência de recordações precisas e extensas. Um sulco independente afasta-se do nosso barco e, com o efeito acrescido que daí resulta, aumentam a consciência das nossas forças e as nossas próprias forças."

PS - Tão certo como o seu diário.. Bem dito..Mal dito..É o dia de dizer o que se disse.

24 December, 2008

anagrama

Poderia aventurar-me a explicar o nome de um blog, mas perder-me-ia na infinidade das suas causas, e dos possíveis efeitos que não poderia comprovar.

Um anagrama de um nome, um anagrama de uma vida, o anagrama de um ser.

A nossa vida é sempre um anagrama de uma outra vida, as nossas relações são anagramas de outras relações, sejam passadas, sejam futuras ou presentes, que interessa?

No limiar de um anagrama tão nosso, encontramos a sobrevivência inusitada do nosso nome, de parte de uma memória, que se arrasta e se perde nos labirintos dos acasos que nos alimentam o ego.

Saberia eu encontrar explicação, para o que perguntas?

Sim.

Anagrama

xmas (time...) with miró

n2008

18 December, 2008

menina do campo

...e que tudo fosse o teu desencanto..menina do campo!

 

Vou pra cidade

E adormeço
Sonho com a cidade a capital
Vejo uma mosca atrapalhada no rio

E oiço dizer
Não tenhas medo
E oiço dizer
Não tenhas medo

Aqui neste comboio
Fujo da tristeza
Fujo da miséria

Já nada me impede
Corro contra o vento
Corro atrás do tempo

Não pode me enviar,
Não quero mendigar

fiz-me à cidade by trovante

à procura de um lugar onde nunca estou..

...quero dormir..muito
muito
o suficiente
para quando acordar
já não ser quem sou..

..era absurdo resistir

a ser..

o que não posso ser

mesmo num sonho..

mesmo num pesadelo sem fim

guardarei no que me resta
a tua existencia em mim
e chega
chega
agora chega

porque vou apenas dormir sem ti...

...e já o é suficientemente absurdo.

 

"Shit happens"

 

...e ela respondeu:

"eu ia dizer uma carrada de coisas
e nao me apetece
adeus"

16 December, 2008

alter ego

macphisto-pic-04

 

Mr.Macphisto

"december" Vs purple (rain)

When I look into your eyes
I can see a love restrained
But darlin' when I hold you
Don't you know I feel the same

...

We've been through this such a long, long time
Just tryin' to kill the pain
But lovers always come and lovers always go
An no one's really sure who's lettin' go today
Walking away

...

So if you want to love me
Then darlin' don't refrain
Or I'll just end up walkin'
(In the cold "December" rain)

 

gn'roses  - november rain

 

Vs

 

I never wanted to be your weekend lover
I only wanted to be some kind of friend
baby I could never steal you from another
it's such a shame our friendship had to end

prince - p./rain

i write by myself... for myself.

Inspector Grubach: Kafka. Kafka, Kafka... Is that your real name?
Franz Kafka: Yes. W-why shouldn't it be?

...

Chief Clerk: Oh, I know you were friendly with that poor fellow, what was his name -
Franz Kafka: Raban... Eduard Raban.
Chief Clerk: Yes, yes, Raban. But he was too like you. Even more like you, perhaps, than you are yourself.

...

Gabriela: And you believe everything the authorities tell you?
Franz Kafka: Well, I have no reason to doubt.
Gabriela: They're authorities! That's reason enough.

 

Remember  "Kafka" (1991) by Soderbergh/Lem Dobbs

15 December, 2008

rascunho

"Recebe-me em teus braços, que são profundezas, recebe-me nas profundezas; se agora me recusas, então mais tarde." F.K.

 

Vi a expressão do teu olhar e perdi-me na sua veracidade, não poderia ficar indiferente a uma luz que sempre desejei...

Carrego a imensurável infelicidade que tal desejo me provoca, mas não o escondo, e não o deixo de desejar, porque acabaria sempre por o querer encontrar...é meu, e nada o pode contrariar.

14 December, 2008

storm

Não tenho sol, não tenho sol,

Diminutas são as lágrimas,

É somente chuva que corre pelo rosto.

 

Talvez sangue!

Sangue quente, que é devoto na doença

Que me arrasta e me consome.

 

É a morte sagrada nos rumores que passam.

Enquanto o sol se oculta para lá do olhar

E a tormenta cresce no horizonte

Na perfeita comunhão das águas que ao mar tornam

 

Que vento ímpio…

esse sopro que me lembra um Turner.

Não se queda na força de uma muralha,

e arrasta o cabelo, um barco,

e a reminiscência de uma noite húmida,

Fria e sedenta de algo mais que um copo de vidro.

 

É a natureza! Na essência em que se afirma.

 

Não tenho sol, não tenho sol

Mas guardo as sombras,

Que a tempestade deixou.

13 December, 2008

again

E a Lança de Longinus

trespassou o meu corpo...

MORTUS EST

12 December, 2008

i sing to her a lullaby

Everything's gonna be all right.
Rock-a-bye, rock-a-bye.
Everything's gonna be all right.
Rock-a-bye, rock-a-bye, rock-a-bye.

shawn mullins - lullaby

deixas-me dormir? #6

Ok. Já que não consigo dormir, vou aproveitar e escrever uma carta a Deus. Preciso de saber quando ele me dá uns dias de descanso e me paga a felicidade que me deve. É que esta cena de ser um “saco de pancada” é um trabalho duro, já chateia, e por vezes até magoa um pouco.

deixa-me dormir (s.f.f.) #5

Sorte a de quem tiver de escrever a minha biografia. Não vai ter muito trabalho, nem precisará de gastar muito papel, seguramente meia folha chegará para dizer: “Nasceu em…no dia tal. Morreu em…no dia tal e qual. Vitima de uma doença prolongada chamada Vida. (Ponto)”

deixa-me dormir #4

Gostava de experimentar "dar pulos na rua, com os pés na lua", de preferência no Chiado e num sábado à tarde (com chuva mas sem gelado)...deve ser giro!

deixa-me dormir #3

Ia escrever um Post, e saiu um Post-it.

4

(2h33..e não aconteceu nada de extraordinário)

deixa-me dormir #2

Nada é mais profundamente poético que morrer numa praia...

…mas litograficamente patético!

("O Mário está na TVI" - Obrigado Piruças, mas a esta hora, já não tenho televisão, mandei para a fogueira.)

deixa-me dormir

Não posso extravasar mais o que eu não tenho para dar. Estou fatalmente preso a este registro sem voz e vulgar, as correntes não me deixam ir mais além, e mesmo que tente, não consigo pegar numa máquina e filmar o cinzento que ficou para trás, não consigo tocar no papel e desenhar as palavras que a caneta produz, incansavelmente, nem tão pouco terei a capacidade de desmontar um livro qualquer, página por página, palavra por palavra e com ele subir a uma torre e desenhar uma catedral. Fracasso absoluto, quando tento dormir e as estrelas não se apagam…

Miserável esta coisa apertada, que me estrangula o peito e me devora a alma. Deixa-me dormir.

pelicano sueco

“Somos inocentes, mas responsáveis. Inocentes perante aquele que já não existe, responsáveis perante nós próprios e os nossos semelhantes”

 

August Strindberg

 

A chuva caiu e encheu o vazio que habitava as ruas..

“Fuck”

Assim não se consegue viver…

lá foi o meu espaço,

lá foi o meu tempo,

lá foi o relógio que parou…

 

Lá foram as poeiras,

lá foi a sujidade que entope as sarjetas.

 

Lá veio o fim do mundo, devagar,

Devagarinho e em silencio,

pé ante pé..trazendo a inocência ao colo…noite dentro.

 

Lá voltaram eles outra vez…

Fantasmas irresponsáveis!

(Quem apagou a luz?)

10 December, 2008

despertar...

A maioria das pessoas prefere ser odiada a ser desprezada, eu prefiro a segunda, a minha inexistência atrai-me infinitamente. Mortalmente.

09 December, 2008

space dementia?

Hoje sou eu no Mundo, amanhã serei eu no Mundo, depois será o Mundo sem o meu eu…

 

Certamente…

Certo é o que não esperamos amanhã.

Uma cadeira de rodas, um cobertor, uma demência permanente, uma solidão fria, uma doença que mata, uma vida que se dilui num orfanato, num corredor vazio de um sanatório.

Do sanatório.

Um arrepio?

Quando a fragilidade me segura pelos fios que me fazem mover.

É o sanatório.

Corram as cortinas, fechem a vida aqui, ali, no sanatório que nos cuida.

 

A policia da alma, prende a inocência pelos cabelos.. Mata.

Corta a etapa que te falta, em duas, em três, em vida, em morte.

Fecha o sanatório, devolve a tua alma ao chão que eu piso.

 

Está feito.

O amor não serve.

Vira o corpo, aceita a vela que te vela..e é fogo.

 

Salgada está, a dor que não dói, porque mente ao moribundo que não se presta a ser nada.

O sanatório ardeu,

a dor doeu,

e a morte da doença é cuidada pelo azul.

Está frio, mas está sol dentro de mim,

já não tenho vidros escuros na alma.

 

Adeus sanatório..

Estou curado da sensatez que me infecta o ego.

05 December, 2008

tonight I have to leave it...

I didn't hear you leave
I wonder how am I still here
And I don't want to move a thing
It might change my memory

Oh I am what I am
I do what I want
But I can't hide

And I won't go
I won't sleep
I can't breathe
Until you're resting here with me

And I won't leave
I can't hide
I cannot be
Until you're resting here with me

I don't want to call my friends
For they might wake me from this dream
And I can't leave this bed
Risk forgetting all that's been

Oh I am what I am
I do what I want
But I can't hide


And I won't go
I won't sleep
I can't breathe
Until you're resting here with me

I won't leave
I can't hide
I cannot be
Until you're resting here

with me...

 

here with me - dido

03 December, 2008

o meu itinerário…

Por fim, Viena. Depois de três dias, três longos dias e muitas léguas de distância, nos costados de Salomão, também conhecido por Solimão, cheguei a Viena pela enunciação de Saramago. Agora, quis o destino que voltássemos a Praga, e às cartas, e ao cinzento e azulado surrealismo da vida de ti, de mim, de K. Assim seja. Pelo meio, Bovary. A imortal Emma Bovary, como diria JPC: A “putinha da Bovary”. Que raça esta a de Flaubert!

02 December, 2008

hoje,de mim..

"Hoje, de mim"...nada mais que a brancura de uma folha vazia..uma página sem número, um livro sem história.

 

Os teus olhos são cor de pólvora, o teu cabelo é o rastilho
O teu modo de andar é uma forma eficaz de atrair sarilho
A tua silhueta é um mistério da criação
E sobretudo tens cara de anjo mau

Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder
Basta um olhar teu e o chão começa a ceder
Cara de anjo mau, contigo é facil cair
Quem te ensinou a ser sempre a última a rir?

Que posso eu fazer ao ver-te acenar a ferida universal?
Que posso eu desejar ao avistar tão delicioso mar?
Que posso eu parecer quando me sinto fora de mim?
Que posso eu tentar senão ir até ao fim?

Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder
Basta um olhar teu e o chão começa a ceder
Cara de anjo mau, contigo é facil cair
Quem te ensinou a ser sempre a última a rir?

Por ti mandava arranjar os dentes e comprava um colchão
Por ti mandava embora o gato por quem eu tenho tanta afeição
Por ti deixava de mater o dedo no meu nariz
Por ti abandonava o meu país

Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder
Basta um olhar teu e o chão começa a ceder
Cara de anjo mau, contigo é facil cair
Quem te ensinou a ser sempre a última a rir?

 

Cara D'Anjo Mau - J.Palma

holo(caustico)

Hoje claudiquei perante a honestidade da tempestade que me encerrou o rosto, na prisão onde me encontro. Abri as portas do meu lugar, ao abismo que encontrou o seu fim. Aterrei atordoado pelas luzes que incendiavam a janela do meu quarto, era um sol adulterado, molhado e com cheiro a sal. Escrevi uma promessa no espelho, mas não tinha como a riscar. Era a imagem do desencanto, de menos um dia que voltaria a ser noite. E perdi-me em letras e palavras de autor. Efectivando mentalmente um filme da cor das nuvens que me traziam a reminiscência das magias que outrora conseguia repartir.

Holocausto. Holocausto…foi o estado em que me quedei.

fragmento #1

Era tarde, o trânsito superficial da cidade corria normalmente, não havia horas para a morte de um dia chuvoso. O carro parou no semáforo, enquanto a musica da cidade batia nos vidros cerrados do carro de F.B.

O pisca cintilava, comunicando com o exterior a intenção presente de virar para o lado direito. Ao sinal de esperança, F.B. arrancou, e com um sentimento de não poder controlar o movimento, virou rapidamente à esquerda. E logo teve de se deter na passadeira, onde um cão usufruía o direito de peão. Afinal, era um peão comum, sem palavras. Parou em frente do carro de F.B. e fitou-o com um olhar inquisidor. Se fosse possível caracterizar o seu espanto, ele era de sobremaneira equivalente ao de um ser humano que acabara de ser surpreendido com a notícia mais estranha do mundo.

F.B. Não se conteve, e com um gesto brusco, abriu o vidro e com um tom imperativo, gritou “Sai!”, o cão ainda mais espantado, sobrelevou uma das orelhas, e ladrou de uma forma brusca, como se respondesse a F.B. na mesma moeda."Cala-te estorvo. Fecha a boca clara, e não digas mais a palavra que te proíbe de falar sobre o que não te respeita."

Finalmente, avançou pela estrada, desconfiado das atitudes daquele condutor, que acidentalmente sub valorizou a sua própria vontade, na sua decisão de virar à esquerda, se é possivel falar em decisão. O facto é que a decisão tomada anteriormente, não é a mesma atitude tomada pelo corpo e pelo movimento. (...)

 

(Talvez seja a verdadeira estrada que nos leva a encontrar o olhar que te toca a cada passo que dás, em busca do que não podes esconder.)

Estava presente no começo do conto que não posso apagar, nem acabar.

if only...

But how many times can I walk away
and wish "if only... "
How many times can I talk this way
and wish "if only... "

Keep on making the same mistake
keep on aching the same heartbreak
I wish "if only... "
But "if only... "
Is a wish too late...

 

cut here - The Cure

a última viagem do elefante?

elefante_js

 

Ele sabe muito bem que provavelmente será o último (esperemos que não), e a imagem, é a imagem que todos queremos deixar, uma boa mensagem, com muito humor e boa disposição.

È  assim que queremos ser lembrados, e ele, como Ser imortal e superior, teve esse cuidado.

Talvez seja mais um “acto poético” de Saramago… Talvez não seja o último, talvez.

 

Ele agradece, e nós também: Obrigado Pilar, por não o deixares morrer...

01 November, 2008

7-yrs

Sete anos de superficialidade de uma vida na presença de um número quase perfeito.

Seria hoje o nosso número perfeito que completaria a harmonia dos sorrisos de outrora.

Foram as memórias perdidas nas patas de um cavalo, iluminadas pelas luzes, escutadas pelas vozes, e pelo tilintar do sonho que construiu a nossa fortuna, num jogo que se perdia a cada momento. Foi na noite fria da mãe que nos avisa, do deserto que se conquista, que Lisboa não me ouviu cantar os teus desejos. Não era um cão que uivava, um calafrio que não se podia suportar, em cada mensagem que nos vencia o medo, e nos convencia que o amanhã seria um dia melhor. Era quase certa a euforia de uma negação, que pareceu perfeito aos olhos da tua presença, tal como o sete que nos encerra, e nos move até ao cadafalso que nos dita a morte.

Os barcos estavam entregues ao seu destino, naquela noite em que a vida nos devolveu a sensação de existir, numa Marina feita de solidão e pouco mais que pedra.

Guardo o sorriso, o sapatear no ar, a gargalhada, e os olhos que nos diziam palavras que não poderíamos pronunciar. Lembro o sabor da tua pele, o teu calor, a nossa torre, o nosso castelo, que desejamos em silêncio construir. Era a força de um mar que nos empurrava para nós. Ao lado, o forte, desmoronava-se ao peso da batalha, que ele já muito antes tinha perdido. Naquele dia, nenhuma muralha nos podia separar.

Guardo a areia do deserto em que criamos a miragem, que eu não soube realizar.

Seria um número perfeito, se não fossem as imperfeições de um ser que nunca deixou de errar. Mais uma vez, só posso dizer: Desculpa!!

21 October, 2008

astro argentum

De repente, deixamos de ser o Príncipe (de Maquiavel) e passamos a ser “A Besta” (do Aleister Crowley) seguindo a Ordo Templi Orientis.

E como diriam os 30 Seconds to Mars, na música “The Story” , “This is the story of my life (These are the lies I have created)”.

Num segundo, num momento, tudo o que fazemos pode tornar a nossa imagem de ser equilibrado e intocável, num ser que se passa para o outro lado da vida dupla que levamos, o outro lado, onde reina a insanidade e onde prevalece o surrealismo.

Nesse momento, sentimos que não nos resta mais nada, a não ser “morrer como um cão” (by Joseph K.), nesse "Processo" que acabamos de julgar.

Todavia, é nesses momentos insanos, e de boa memória para as calendas gregas, em que as tragédias se tornam comédias, difundidas numa sexta-feira negra em que as bolsas se afundam por um qualquer espirro de desconfiança, que encontramos a verdadeira vontade. A “Thelema”, segundo a tal “besta” que fugazmente nos espreita na capa do Sgt. Peppers, e que ao som do “Lucy in the sky with diamonds”, nos torna auto-conscientes da nossa própria demência, e dos erros que cometemos, quando por uma razão pouco ou nada racional, nos deixamos desviar das (vias) que o nosso espírito, sabiamente ocupa.

Foram estas as mentiras que criamos… hit the road Jack!

Aqui fica a minha "Sentença": get a life bitch..! (com direito a fotocópia para arguido homónimo)

18 October, 2008

'Kafkaesque'

kafka_murray

online shopping

17 October, 2008

the trial #1

Good morning Worm your honour
The crown will plainly show
The prisoner who now stands before you
Was caught red handed showing feelings
Showing feelings of an almost human nature
This will not do

CALL THE SCHOOLMASTER

I always said he'd come to no good
In the end your honour
If they'd let me have my way I could
Have flayed him into shape
But my hands were tied
The bleeding hearts and artists
Let him get away with murder
Let me hammer him today
Crazy toys in the attic I am crazy
Truly gone fishing
They must have taken my marbles away
Crazy toys in the attic he is crazy
You little shit, you're in it now
I hope they throw away the key
You should talked to me more often
Than you did, but no you had to
Go your own way. Have you broken any homes up lately?
"Just five minutes Worm your honour him and me alone"
Baaaaaabe
Come to mother baby let me hold you in my arms
M'Lord I never wanted him to get in any trouble
Why'd he ever have to leave me
Worm your honour let me take him home
Crazy over the rainbow I am crazy
Bars in the window
There must have been a door there in the wall
When I came in
Crazy over the rainbow he is crazy
The evidence before the court is
Incontrovertible, there's no need for
The jury to retire
In all my years of judging
I have never heard before of
Some one more deserving
The full penalty of law
The way you made them suffer
Your exquisite wife and mother
Fills me with an urge to defecate
Since my friend you have revealed your deepest fear
I sentence you to be expunged before your peers
Tear down the wall

PINK FLOYD

11 October, 2008

plateau..?

Now baby, listen, baby, don't ya treat me this-a way
Cause I'll be back on my feet some day

(Don't care if you do 'cause it's understood)
(You ain't got no money you just ain't no good)

Well, I guess if you say so
I'd have to pack my things and go (That's right)

(Hit the road, Jack and don't you come back no more,
no more, no more, no more)
(Hit the road, Jack and don't you come back no more)

 

(Don't you come back no more)
(Don't you come back no more)
(Don't you come back no more)
(Don't you come back no more)

Well


(Don't you come back no more)

 

ray charles - hit the road jack

07 October, 2008

high hopes

"Iudico che fortuna sia arbitra della metà delle azioni nostre, ma che etiam lei ne lasci governare l'altra metà, o presso, a noi."

Niccolò Machiavelli

04 October, 2008

a pureza e o respeito, começam sempre aqui...

true_hebrew

the true

Without music, life would be a mistake. by Friedrich Nietzsche

and you give yourself away

andre_kertesz

 

A melancolia de Kertész ao serviço dos que se livram da cegueira que invade o ambiente que nos envolve.

Para uns é um garfo num prato, para outros é a genialidade pura, de um mestre que sabe captar num momento, um segundo que dura uma eternidade.

Ainda há esperança para alguns.. aos outros, que o diabo os carregue até às entranhas mais profundas do Inferno. A ignorância não merece respirar.

29 September, 2008

remember'06

Well open up your mind
and see like me
open up your plans
and damn you're free
look into your heart
and you'll find love love love
listen to the music of the moment
maybe sing with me
a la peaceful melody
It's your God-forsaken right
to be loved, love, loved, love Love

So I won't hesitate
No more, no more,
it cannot wait
I'm sure.
There's no need to complicate
Our time is short
This is our fate,
I'm yours!

 

i´m yours - jason mraz

 

A música do momento de hoje, era a minha música do momento no dia 31 de Dezembro de 2006... onde anda esta gente? Em que Mundo vivem?

26 September, 2008

i wanna be a star..in your sky

By giving you no time instead of it all
Till the pain is so big you feel nothing at all
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be
They hurt you at home and they hit you at school
They hate you if you're clever and they despise a fool
Till you're so fucking crazy you can't follow their rules
A working class hero is something to be
A working class hero is something to be

 

by Lennon

 

Talvez seja diferente viver o que queremos,

Quando não queremos o que não podemos.

Uma ponte que cai, um rio que pára,

Uma história que não se conta.

 

Agnóstica a causa,

de um processo que não acaba em mim.

Porque a fé do crente é o caminho mais curto,

Para a sua própria miséria.

 

Serei ateu, ou teu..

Em vontade alheia,

À inerente verdade.

 

O nosso trabalho, é viver!

15 September, 2008

"the dream is over"

the great gig in the sky

And I am not frightened of dying,
any time will do, I don't mind.
Why should I be frightened of dying?
There's no reason for it,
you've gotta go sometime."
"I never said I was frightened of dying."

"If you can hear this whispering you are dying..."


Richard Wright (1943-2008)

Esta letra diz tudo o que me apetece dizer neste momento...

06 September, 2008

thanksgiving



Thanks Melanie Sloan and Karsten Johansson...

...michael hutchence



I
I was standing
You were there
Two worlds collided
And they could never ever tear us apart

the story of my life

Looking back over my shoulder
I can see that look in your eye
I never dreamed it could be over
I never wanted to say goodbye

Looking back over my shoulder
With an aching deep in my heart
I wish that we were starting over
Oh instead of drifting so far apart

Everybody told me you were leaving
Funny I should be the last to know
Baby please tell me that Im dreaming
I just never want to let you go

Looking back over my shoulder
I can see that look in your eye
Turning my heart over and over
I never wanted to say goodbye

I dont mind everybody laughing
But its enough to make a grown man cry
Cos I can feel you slipping through my fingers
I dont even know the reason why

Every day its a losing battle
Just to smile and hold my head up high
Could it be that we belong together
Baby wont you give me one more try
One more try

Looking back over my shoulder
I can see that look in your eye
I never dreamed it could be over
I never wanted to say goodbye

Looking back over my shoulder
Oh with an aching feeling inside
Cutting me up, deeper and deeper
Fills me with a sadness that I cant hide

Looking back over my shoulder
I can see that look in your eye
I never dreamed no no it could be over
I never wanted to say goodbye

Looking back over my shoulder
I can see that look in your eye


over my shoulder - Mike & Mechanics

05 September, 2008

"she moves like she don't care..."

...Smooth as silk, cool as air
Ooh it makes you wanna cry...

Por ela assalto a caixa de esmolas
Atirem-me água benta
...
Por parecer latina suponho que o nome dela
É Maria

04 September, 2008

deo'linda' damaia

22 August, 2008

new start (miss of Marie)

“Vou limpar a minha terra, e construir um paraíso”,
Nunca é tarde para um novo começo,
Nunca é tarde para agarrar os desejos,
Nunca é tarde para arregaçar as mangas,
E nascer em um outro dia.

Se este deus escolheu assim,
Eu escolherei o que ele me deu.
Aceitarei a dor, e a mágoa,
Como alimento,
E como uma nova força.

Entregarei o meu sorriso,
Ao espelho que me mostra a tristeza,
E pelas minhas mãos,
subirei ao trono
Que guarda a minha alegria.

Não penses que me mataste,
Apenas me feriste,
Amanhã estarei novamente pronto
Para voar…

Voarei o mais longe de ti,
E não levarei mentiras,
Apenas as verdades da criança
Que eu deixei.

Guardo as saudades,
Dos barcos,
Das pontes,
Dos peixes,
Dos baloiços,
Dos sorrisos, das conversas
E dos passeios,
Guardo a saudade de a ver crescer,
Guardarei eternamente o desejo
de a ver em cada dia que passa.

Um dia lerás as minhas letras,
Que serão para sempre tuas,
Lembrarás as minhas palavras,
Mas nunca o meu nome.



I'm gonna clear out my head,
I'm gonna get myself straight,
I know it's never too late,
to make a brand new start


I'm gonna kick down the door
I'm gonna get myself in
I'm gonna fix up the yard
And not fall back again


I'm gonna CLEAN up my earth
And build a heaven ON the ground
Not something distant or unfound
But something real to me
But something real to me


All that I can I can be
All that I am I CAN see
All that is mine is in my hands
So to myself I call


There's somewhere else I should be
There's someone else I CAN see
There's something more I can find
IT'S ONLY UP TO ME


I'm gonna clean up my earth
And build a heaven ON the ground
Not something distant on a cloud
But something real to me
But something real to me


I'm gonna clear out my head
I'm gonna get myself straight
I KNOW it's never too late
To make a brand new start
To make a brand new start


brand new start - paul weller

21 August, 2008

it´s hard to say goodbye

There's something in your eyes,
That's far too revealing
Why must it be like this?
A love without feeling
There's something wrong with you I know,


I see it in your eyes
Believe me when I say,
It's gonna be ok

I told you from the start,
I won't be demanding (I won't be demanding)
If you have a change of heart,
I'll be understanding (I'll be understanding)
When love becomes a broken heart
And dreams begin to die
Believe me when I say,
We'll work it out some way

I'll never try to hold you back
I wouldn't try controlling you
If it's what you want,
It's what I want
I want what's best for you
And if there's something else that you're looking for
I'll be the first to help you try
Believe me when I say,
It's hard to say, goodbye

We've lost that loving touch
We use to feel so much
I try to hide, the truth that's in my eyes
(A love without feeling)
But when I feel, we're not in love
I know I'm losing you
Believe me when I say
We'll work it out some way

I'll never try to hold you back
I wouldn't try controlling you
If it's what you want,
It's what I want
I want what's best for you
And if there's something else that you're looking for
I'll be the first to help you try
Believe me when I say,
It's hard to say, goodbye

Don't say goodbye...

If it's what you want
It's what I want,
I want what's best for you

I'll never try to hold you back
I wouldn't try controlling you
If it's what you want,
It's what I want
I want what's best for you
And if there's something else that you're looking for
I'll be the first to help you try
Believe me when I say,
It's hard to say goodbye

I'll never try to hold you back
I wouldn't try controlling you
If it's what you want,
It's what I want
I want what's best for you
And if there's something else that you're looking for
I'll be the first to help you try
Believe me when I say,
It's hard to say goodbye

paul anka

19 August, 2008

amor ou respeito?

Mr.M. acabava de chegar ao escritório, retornado das pequenas férias, na Rep.Pop.da China.
Quando entrou no seu gabinete, foi saudado efusivamente por Ms.J., que se aproximando perguntou com enorme interesse pela namorada de Mr.M.

- Então Mr.M., Como está a menina … ?

- Não está, deixou-me – Respondeu Mr.M com um ar enfadado.

- Como deixou-o Mr.M.? que lhe fez, para a menina o deixar?

- Apaixonei-me por ela – Respondeu Mr.M de uma forma seca, enquanto despia o casaco e o pendurava nas costas da cadeira.

- Outra vez, Mr.M? Já sabe que isso é um erro imperdoável, e voltou a cair no mesmo erro!

- Erro, Ms.J,? Erro? Erro é viver desprovido de vontade, erro é viver desprovido de sentir, erro é perder tempo a pensar no que é o amor, em vez de aproveitar o que sentimos, independentemente do que seja. Erro, é não aproveitar o dia, a noite, e o tempo que nos resta, para sobreviver ao que não podemos mudar.

- E como se sente agora, Mr.M. ? Sente-se bem?

- Não sei o que é sentir Ms.J.; neste momento estou navegando no único espaço em que me é permitido navegar, no vazio da dor, derivando, num mar raso, e com um vento impotente, incapaz de encher as velas dos pulmões que me permitem respirar, neste dia que venço, mas insuficiente para convencer a solidão a partir.

- Essa é a sua certeza Mr.M, que me convence que vive a vida, na margem trágica do destino, será possível atravessar a estrada, sem ser atropelado por um comboio de verdades cruéis?

- Provavelmente Ms.J., quando utilizar a escada, a passadeira, ou o semáforo aberto, e deixar de lado esta vontade de subir, passar e viver rapidamente por um caminho, que ainda tem muitos buracos por tapar.

- Não desespere – Disse Ms.J., enquanto encostava a sua mão no ombro de Mr.M.

- Não. Não vou construir novos muros, e pintar neles palavras de raiva, de ódio, de revolta. Vou antes desejar a melhor sorte, a quem me fere, a bondade a quem me faz sangrar a alma, a fortuna a quem me ignora e me despreza. Apertar a mão contra o peito e respirar fundo este oxigénio, olhar pela janela e ver a luz do dia, e acreditar que é uma vontade divina, as lágrimas que me escorrem pelo rosto. – E naquele instante uma lágrima solta-se percorrendo todo o rosto de Mr.M., e que Ms.J, oportunamente amparou e guardou na mão, fechando-a contra o peito, e num suspiro profundo exclamou:

- Admiro-o Mr.M… Consegue amar, sem medo!

- Medo? Não tenho medo de amar, tenho mais de ser amado. Quando somos nós a amar, somos nós as vitimas, é mais fácil lidar com a nossa dor, do que com a dor que provocamos aos outros.É mais fácil olhar um relógio na parede e ver as horas passar, sem o calor de um abraço, do que abraçar um corpo que não é verdadeiramente nosso, porque a ilusão é rápida e letal, nasce como um tornado e acaba como um terramoto. – E num gesto repentino, levantou-se da cadeira, vestiu o casaco, e com a mão trémula apertou o braço de Ms.J., os seus olhos húmidos e vermelhos, demonstrando cansaço e algo mais que noites brancas de sono, fitou-a nos olhos e revelou, com uma voz rouca mas firme:

- O sol, iluminará sempre o nosso caminho, enquanto ele brilhar, eu acreditarei sempre, que o remédio para a minha dor vai chegar. Até lá, sobreviverei à tristeza em que me deito, ao infortúnio em que acordo, e guardarei os olhos de quem amo, eternamente, na minha lembrança, embrulharei o seu sorriso com a pele do meu corpo, e sorrirei sempre que me lembrar do sabor dos seus lábios. Enquanto for capaz de amar, estou vivo!! E nada é mais importante.

E saiu, sem olhar para trás...

e pronto...mais uma vez.

Se um dia te encontrar
Já não serei eu, já não será o meu amor
Que conheceste.
Já não serei a dor que me ofereceste.

Não trarei lágrimas no rosto,
Não chorarei a tua ausência
Não hesitarei em viver livre
Da falsa verdade com que me traíste.

O ontem, será um passado indolor,
Cansado, e perdido em livros.
Lembranças que me escapam
Memórias que se esbatem,
Suavemente na terra
Que nos engole o sangue.

Hoje adormecerei na hora
Em que o sol desperta
E que o dia se levanta
No teu horizonte.

Nesse momento deito as minhas mágoas
Na almofada que me confia
Os segredos da terra que piso.

Olharei o sol de frente
E sem medo
Seguirei a sua luz..
Até ao meu completo adormecer.

Se um dia te encontrar..
Já não seremos nós.

até onde vale a pena lutar?

I've never been the kind to ever let my feelings show
And I've thought that bein' strong meant never losin' your self control
But I'm just drunk enough to let go of my pain
To Hell with this pride let it fall like rain
From my eyes
Tonight I wanna cry......


keith urban - tonight i wanna cry

11 August, 2008

saved by the bell



Sem agradecimentos, para o "Professor da Aldeia" aka "Toupeira Gigante" vers. Max Brod.

Salvando Kafka..

23 July, 2008

sad but TRUE

Nem ontem…foi verdade.

A verdade foi e ficou.

Por ali? Aqui?

Chega e não censura,

Há mentira? há verdade?

Alguma coisa há.

 

Um peso, a força,

A ditadura que nos verga ao incerto.

É obrigar...

É violenta a certeza..

É mais violenta a nossa mentira.

 

E lá fui a desejar

A violenta ditadura,

De uma falsa mentira

A pedir liberdade.

 

Extenuado…estou!

18 July, 2008

Ieri, oggi, domani

Verdade inconveniente, é perceber o pouco que somos, entender que tudo é relativo, e que a vida é pouco mais que fogo-fátuo. A verdade de hoje, é a subtracção do futuro e a soma do passado, e é a simples multiplicação de factos, de dias e de tardes, de choros mudos, de vicissitudes dependentes de acasos que se soltam ao sabor de um movimento perpétuo de ambições transformadas em pesadelos. Um sinal não pára a mudança, a realidade é a crueldade das linhas tortas do livro direito, que a sentença ditou ao nosso ouvido.

Assentar um pé na terra, é assumir o fracasso de um sonho, os dois, é morrer cedo demais na impermeabilidade da terra fértil de desejos. Não há vontade que não dê em impotência, não há prepotência, que publique a notícia da realidade imponente, da queda abrupta de todas as certezas, que nos colocam em cima de uma ponte de cristal.

Foi ontem que nasceu o hoje…é hoje, que mudamos o amanhã.

11 July, 2008

hello & welcome...

iphone

30 June, 2008

o caminho é por aqui...

Sim, meu amor, está bem meu amor
Eu sei que tu tens razão
Dizia-te eu, às vezes, para acabar
Com a discussão...

E lá íamos vivendo,
Entre dois copos e um bom colchão,
Um futuro à nossa frente
E muito amor para mostrar a toda a gente.

Como era bem vivermos a dois
Sem nos darmos mal
(uma canção estrangeira e um filme antigo no telejornal),
E uma noite tu disseste:
Já dei p'ra ti meu... vou arrancar!
E lá fiquei eu, sózinho,
A conversar com os meus botões
E a tentar descobrir a causa
Que nos levou a tal situação...
Já achei uma ideia que é bem capaz
De ser a solução:
Acho que nós passamos muito tempo
A misturar tripas com coração
E a verdade é bem diferente.
Para haver amor, não pode haver o-briga-ção.

 

Obrigação - Jorge Palma

02 June, 2008

falando de coisas sérias...e a sério.

“Keep on… rockin' in the free world..”



(Este SENHOR vai estar dia 12 Julho no Optimus Alive)

Quando um vale por muitos... é mesmo para acabar de vez com a “culturazinha”...

01 June, 2008

tretas in rio

5 dias.. uma banda de MÚSICA.. o record da vigarice..

 

muse3

24 May, 2008

23 May, 2008

um dia atribulado

No outro dia, numa conversa informal de café, em que todos estavam formalmente vestidos, como se fossem a um baile de máscaras na casa Fernando Pessoa. Houve um, que não fazia parte do grupo, e estava ali por engano. Que em vez de um fato e gravata, trazia uma camisola interior de gola alta, de um branco bastante sujo. Disse com toda a convicção do mundo, que a maioria dos parvos, acabam sempre por serem considerados estúpidos, e que isso evidencia que as pessoas não sabem diferenciar aqueles que acreditam e os que não acreditam no poder dos ponteiros do relógio, mesmo daqueles que já estão sem pilha. É claro que todos os presentes discordaram, e desapertaram o nó da gravata do colega do lado, e suspiraram de alivio quando o empregado entornou o café em cima da camisola do outsider presente, tornando a camisola de gola alta, branca e bastante suja, num saco de batatas castanho.

Eu, observava tudo isto à distância de um pé, e num gesto de simpatia apressei-me a despejar um copo de água em cima do rapaz que acabara de ser vítima de um empregado desajeitado e sem escrúpulos capaz de se fazer explodir numa rua deserta em Bagdade. Ele agradeceu-me, cantando uma canção do José Cid em árabe, enquanto praticava uma espécie de arte marcial, que envolvia cadeiras e mesas de café. No meio desta situação, os restantes levantaram-se, e foram até ao Rossio mandar pedras da calçada aos peruanos que tocam no passeio. E eu fui para casa ver os testemunhos de Randy Pausch.

17 May, 2008

esclarecimento

Não me digam que eu quero imitar o Woody Allen. Porque se eu realmente o quisesse fazer, metia uns óculos de massa, engolia um clarinete e enfiava-me debaixo da minha cama a escrever piadas sobre judeus. Tornava-me “bichanosexual” , casava com o meu gato, e no fim fugia com o meu sofá para uma ilha deserta, tipo Manhattan.

Qotel HaMa'aravi

lamentar

 

ESCRITOR: Vou construir um igual em minha casa...

ACTOR: Pára de te lamentar..

JUDEU: Sou eu o escolhido...

ESCRITOR e ACTOR(em coro): AZAR!!

 

(As luzes apagam-se e desce o pano)

15 May, 2008

marcharei...até ao fim

Mais um dia, mais um prego, mais uma machadada no tronco que nos ergue o sentimento de ver, possuir, ser e ouvir.

Uma nota falsa, um som que não sai, um ouvido que não ouve. Uma sensação estranha de solidão e de tristeza, que o mar não sabe aliviar.

Terra, areia e bandeiras, navios sem vela, vento sem chama, corta a fundo a sensação do poder absoluto que nos emana da alma preguiçosa de vontades.

Ele sai, ele entra, corre o rio, e as vidas vão mudando, sem sal, com sal, com azeite, sem vinagre, temperos efémeros que de nada servem a quem pereceu numa noite de chuva e trovoada.

Tropeçar numa pedra, não é cair no abismo, é apenas tropeçar na pedra. Bater com a cabeça, é salvar o resto do corpo, e perder a moral de dizer que aceitamos o destino que a vida nos obrigou a ter. Valentes são os que conseguem andar às voltas e esconder a verdade dentro do bolso do casaco de quem os segue.

Mais vale ficar sentado, ver o barco partir, do que embarcar contra o cruel destino da ditadura eterna da madrugada errante.

Chorar não é para todos, é para os fortes, porque o orgulho foi penhorado pela lavandaria dos sonhos. Não pagaste, não receberás o futuro nos teus olhos, é simples e real.

Bem haja o amigo que regressa, boa viagem ao sonho que se aprisiona em vontade alheia. Perder hoje, não é perder sempre, e como sempre, e sempre, até a luz do sol faltar eternamente, posso dizer: Amanhã, é outro dia..

Obrigado por me ouvires, obrigado por não te merecer.. Que se corra a pele, e se feche o circo, porque os tambores já deixaram de rufar.

Contra os canhões…marchar… marchar.

blindness

Em setembro volta Meirelles..

 

blindness

 

Volta Saramago..

14 May, 2008

que tristeza...

O Jean-Paul Sartre era bem capaz de ser um pouco existencialista demais..

Mas ele já não existe!!

E nós?
Existimos?
Como?
Onde?
Porquê?

E os esquilos existem?

(Tantas perguntas sem resposta)

10 May, 2008

sem dúvidas

Se voltasse ao ontem.. amanhã voltaria a escrever tudo o que escreví até hoje.

frase da noite

O Apito Final, é assaltar o Banco de Portugal, e ser condenado por assaltar uma mercearia

07 May, 2008

a sinfonia vital

Podíamos ou não, gastar uma vida inteira, com a velocidade do fogo a queimar fósforo, para entender a mente de uma só pessoa que nos rodeia.

Basta-nos para isso, esquecer que somos nós que temos de nos entender a nós próprios.
Quem não se conhece, não se casa consigo, limita-se a insultar o seu próprio umbigo, e a denegrir a sua própria imagem, de uma forma paciente e letal.
Harakiri, sem honra, sem código, sem humanismo, sem o pretensiosismo típico do adolescente que acaba de descobrir os prazeres da vida.
O desprezo sem lei, da existência corrida, da vida fundamentada por costumes e tradições, paginada em calendários com números indecifráveis. É fogo, que já não arde.
A vida é violenta, é uma ópera trágica, é um drama corrido a vassoura de pontas espigadas, é madeira que não parte ao sabor do machado, é ferro que não endireita no calor de Agosto, é fatia de bolo fúnebre. Resta-nos as bonecas de trapos e os panos de seda, as aventuras temporárias, e as temporárias desventuras. Resta-nos o centeio, o trigo, o pão que alimenta o pobre, a sopa que descobre o estômago, a fervura da água que nos revolta o sangue. Resta-nos o ar, e o suor das árvores que nos dão um pouco mais que tudo. E olho para o futuro, e vejo pouco mais que antecedentes do passado. É assim que nos construímos, é assim que nos vamos destruindo, nus e cruéis com a nossa própria vulgaridade.

29 April, 2008

secrets #01

Não devemos aceitar uma mulher, que nos aceite como somos

26 April, 2008

25 April, 2008

a formiga no carreiro

A formiga no carreiro
vinha em sentido contrário
Caiu ao Tejo
ao pé de um septuagenário

Lerpou trepou às tábuas
que flutuavam nas águas
e do cimo de uma delas
virou-se para o formigueiro
mudem de rumo
já lá vem outro carreiro

A formiga no carreiro
vinha em sentido diferente
caiu à rua
no meio de toda a gente

buliu abriu as gâmbeas
para trepar às varandas
e do cimo de uma delas
...
A formiga no carreiro
andava à roda da vida
caiu em cima
de uma espinhela caída

furou furou à brava
numa cova que ali estava
e do cimo de uma delas

 

José Afonso

18 April, 2008

ingmar bergman



E porque hoje é sexta-feira..
Ingmar Bergman (1918-2007)
Numa frase: Talvez seja o melhor de sempre...Talvez.

14 April, 2008

kômikós

A lógica e o absurdo. A incongruência reflectida no lado cómico da vida.
Partir de um pressuposto de vivência adulterada pela posição que se ocupa num determinado lugar e tempo, pode ser interpretado por um comodismo hilariante e absurdamente acéfalo. Um folclore desmedido e por vezes irracional, que tende a vulgarizar a posição que ocupamos. Esta reconciliação, entre o modo como agimos, e o modo como eventualmente deveríamos agir, que supostamente seria irreconciliável, leva-nos a cair no ridículo, e consequentemente, tornamo-nos vítimas fáceis da ironia e do sarcasmo.

Seria tudo muito simples, se a farsa não fosse mais que uma peça da máquina, o problema é quando a própria máquina, é uma farsa.


“(...) yo no tengo la culpa de verte caer; si yo no tengo la culpa de ver que...” Héroes del Silencio

P.S. – Não é apenas a teoria que se sobrepõem à realidade dos factos, é depreender que desses factos se pode criar um novo conjunto de teorias. A prática diz-nos muito mais que a verdade, mesmo que essa verdade seja invariavelmente absurda.

13 April, 2008

waiting.. 4 Mostar

Mostar - (Herzegovina-Neretva) Bosnia

MostarBridge_Bosnia_wallpaper1

“Uma imagem do sitio mais improvável…
Um lugar místico, em que por entre toda a destruição ainda patente, surge algo que em muito nos ultrapassa..
Aqui conheci pessoas que, apesar de todas as lutas que travaram, permanecem fiéis a si próprias (…)
Alguns dos melhores momentos desta viagem passei aqui, com este povo simpático e acolhedor, que por mais assustado que ainda esteja, não hesita em olhar para o futuro. Por tudo isto, quis partilhar esta imagem contigo,
um abraço do irmão, David E.
Mostar – 20/03/08 “

woody Vs kafka

 

shadows

Shadows and Fog (1992)

Director:
Woody Allen
Writer (WGA):
Woody Allen (written by)

03 April, 2008

não foi..não é..mentira

Não podemos desarmar, o que os outros armam.
A guerra nem sempre é feita de balas,
mas é sempre feita de vítimas.

O que interessa a quem interessa.
Este peso é demasiado elevado para a nossa condição.
Venha a nós o ‘nosso’ Reino, seja feita a ‘nossa’ vontade.

31 March, 2008

Franze Kafky

FK

 

Thanks Dave...

27 March, 2008

if God had a name what would it be?

JHVH, of course...

 

hubble_38418

24 March, 2008

don't imagine

CENSURED

23 March, 2008

deconstructing kafka [Open Letter]

Não é por acaso que desconstruímos o que construímos na nossa existência frenética, do vive-rápido, e no conceito social do “mainstream”.

Ser poeta, pode ser mais alto, mas eu não sou poeta, não sou mais alto, nem mordo como quem beija, não sou mendigo, nem rei de aquém e além dor.

Sou ser, e sou existência em mim, e só eu posso construir e desconstruir a minha própria realidade.

Não foi um acaso que destruiu o “nonsense” habitual das atitudes que me levaram a escrever este blog, ou este texto, ou a pensar seja no que for, e sobretudo a decretar o estado de falência de um sentimento que se arruinou a si próprio ao longo destas páginas feitas de improvisos e textos corridos a faca e espada.

Foi numa das minhas curtas viagens a Sintra, onde o mistério se esconde em cada esquina, que a bomba caiu, no meio de uma estrada que certamente não nos leva a Roma.

No imprevisto da natureza, própria do banal mortal, as certezas passaram despercebidas por imposições da retórica que me envolvia. A morte de um Sol, não pode ser imposta, pela força de uma música, de um livro, de uma conversa ou de um filme. A morte do nosso Sol declara-se por si. E é em si mesma, a estrela, que se consome e desaparece, pela sua própria vontade de mudar, de um estado activo, para uma condição pré-coma.

É nessa condição que o tempo surge como transporte de informações, sempre calculadas ciclicamente por um impulso de um relógio. Vagamente, olhei, e descobri as verdades que se escondiam por trás de uma perfeição fictícia e adulterada por uma consciência, demasiado teimosa para me deixar ver.

Afinal, já nada é o que parecia ser, e o que ontem era a sorte de ter, será hoje a fortuna de não possuir.

E tal como a minha desconstrução foi profunda e aguda, também a construção desta intuição me pareceu bastante sólida e real.

Não posso desejar sorte aos audazes, porque esses, são eles as maiores vítimas da sua própria sorte, e expiram na escuridão da noite, em que destilam o álcool que os sustenta.

O futuro, nem sempre é amanhã, pode muito bem nunca passar do hoje. Um relógio sem corda, não conta tempo, mas envelhece com o tempo que passa sem contar.

Uma renúncia, nunca é uma ambição, é antes uma distracção, que a realidade só por si não pode fazer.

Se pudesse, afrontava certas condições com as minhas próprias palavras, mas estaria a ser sensato? O livre arbítrio dá-nos a possibilidade de fazermos da nossa vivência, a vivência que melhor entendemos para o nosso corpo, para a nossa mente e para o nosso eu, quem sou eu para julgar quem se absolve?

A adolescência pós adulta é uma vítima nuclear, porque a exposição dos nossos actos pode sustentar muitas ideias, mas nunca será um ideal.

Aqui se constrói, aqui se desconstrói Kafka.



A César o que é de César, a Kafka o que é de Kafka.

*

(Na certeza do momento presente, não extingo a natureza do que ficou escrito, nem da devida promessa do tempo que falta percorrer para a extinção desta peça sem actos. Por a quem de direito, merece esta prece, aqui fica o meu compromisso de causa e honra. - Ao Dr. Nicolau)

20 March, 2008

...or maybe it doesn't, and you lose.

'(Yo. Cut it.)


Soy uno perdedor*
I'm a loser baby, so why don't you kill me?'

by Beck

la verità in cimento

Perdi anos à procura de um livro para contar,
Dissolvi os sentimentos que me agarram
Na lama que encharca os subtítulos dos jornais.

Verdade ou mentira?
Algures no lugar de ontem
Encontrei o caminho para o amanhã.

Nas páginas dos livros que li,
Havia um número infinito
De magias para aprender,
E de falsas fantasias
Para ensinar.

Verdade ou mentira?
Que a raiva do touro,
É a raiva dos outros,
E nunca somente a nossa raiva.

Vivi ontem,
O que não vivo hoje,
Penso hoje,
O que nunca viverei
Amanhã.

Frases feitas de mistério,
Assombram os passos
Dos planos que fazemos
Das memórias que deixamos.

E assim assistimos,
À marcha virtual
Da loucura
Da demência
Da doença que nos suporta.

Verdade ou mentira?
Que somos estranhos,
À procura de estranhos.
Neste estranho lugar-comum.



*


'Inter poenas et tormenta; vivit anima contenta; casti amoris sola spe'

by A.Vivaldi

my father's eyes

dad

Then the light begins to shine
And I hear those ancient lullabies.
And as I watch this seedling grow,
Feel my heart start to overflow.
Where do I find the words to say?
How do I teach him?
What do we play?
Bit by bit, I've realized
That's when I need them,
That's when I need my father's eyes.
My father's eyes.
That's when I need my father's eyes.
My father's eyes.
Then the jagged edge appears
Through the distant clouds of tears.
I'm like a bridge that was washed away;
My foundations were made of clay.
As my soul slides down to die.
How could I lose him?
What did I try?
Bit by bit, I've realized
That he was here with me;
I looked into my father's eyes.
My father's eyes.
I looked into my father's eyes.
My father's eyes.

 

My Father's Eyes - Eric Clapton

 

Always here...!

15 March, 2008

slow

 

You know I dreamed about you
for twenty-nine years before I saw you
You know I dreamed about you
I missed you for
for twenty-nine years

 

slow show by the national

10 March, 2008

cliffhanger



Não passa por nós, a possibilidade de ter este fim, suspenso no tempo e na vontade, de um homem novo demais para morrer e velho demais para trabalhar, mas suficientemente capaz de ver, com olhos de ver, o que os novos ainda não podem entender.
Entendo o país que não suporta a idade como uma defesa, e sem vaidade, mata quem construiu e protege quem destrói.

Um homem começa preso, e acaba solto, pelo dom da ubiquidade, pelo meio ficam as vitimas, os “danos colaterais” espalhados ao longo de quase duas horas de película, ao fim, chega a sensibilidade feminina de um filme para homens, capaz de desarmar quem não arma a honra de uma palavra, e cava a sua própria sepultura contra a vontade de jogar a sorte trocada pelo livre arbítrio de um ser capaz de pensar por si. A demência não é paga pelo peso das balas e dos ferros soprados, um louco pensante, quase vivo, quase morto, perde o seu lugar, quando o acaso acaba por ser mais forte que qualquer um caçador, que vira presa.
Não há selvajaria no ser por se sentir selvagem, a frieza é uma arma superficial de quem sabe ouvir, e até jogar com a vida, no cunho de uma moeda.

O humanismo cru, e cruel do ser, revela-se, quando a atenção ergue-se no cão estendido e morto, tal e qual um homem. A humildade do sarcasmo leva-nos ao delírio, quando ouvimos as “deixas” hilariantes de um filme que se pretende sério. Não é uma novidade, é um “recall” de Tarantino, e eles (os manos Coen) sabem disso…por fim.. cliffhanger… (Eu também vi, "O Bom, o mau e o vilão" do Leone.)

PS - J.Bardem, mereceu.

06 March, 2008

vou

Nada parece perdido, quando já tudo foi perdido.
Um murro na mesa, um soco no peito,
Um grito e um olhar arrepiante.

O sentir, já não é permitido,
Passou o transporte que nos enganou,
E o destino deixou de ser um final de conversa.

Passa à frente, diz a razão.
Um passo atrás e um olhar cego,
Diz-nos a ambição.

Pego na tua mala e arranco,
Vou na tua viagem,
Soletrando as tuas letras,
E ouvindo as palavras dos outros.

Espera!
Afinal, tudo acabou.
Não tinha percebido!
Peço desculpa.
Assim, sim!

Vou..

01 March, 2008

your book

Dá-me espaço no teu livro,
Onde eu possa pintar um novo Mundo
Feito de palavras e de encantos
Capaz de nos fazer existir novamente
Num só momento,
que dura o tempo suficiente
Para ser eterno.

Abre essa tua porta,
Deixa-me olhar,
Dormir e acordar
No teu dia, no teu caminho.

Não me deixes morrer lento,
Sedento de tudo aquilo que sou capaz

Não deixes,
De te tornar tua, sem seres minha
De seres a aurora que me conduz
Na noite em que te sonho constantemente.

Dá-me espaço no teu livro,
Para ser a personagem que lê
Tudo o que escreves
Nas palavras em que te desejo ouvir.

Dá-me espaço no teu livro,
Para te dizer mais uma vez
Que existo… porque te desejo.

28 February, 2008

sol de inverno

Sabe deus que eu quis
Contigo ser feliz
Viver ao sol do teu olhar,
Mais terno.
Morto o teu desejo
Vivo o meu desejo
Primavera em flor
Ao sol de inverno
Sonhos que sonhei
Onde estão
Horas que vivi
Quem as tem
De que serve ter coração
E não ter o amor de ninguém.
Beijos que te dei
Onde estão
A quem foste dar
O que é meu
Vale mais não ter coração
Do que ter e não ter, como eu.
Eu em troca de nada
Dei tudo na vida
Bandeira vencida
Rasgada no chão,
Sou a data esquecida
A coisa perdida
Que vai a leilão.
Sonhos que sonhei
Onde estão
Horas que vivi
Quem as tem
De que serve ter coração
E não ter o amor de ninguém.
Vivo de saudades, amor
A vida perdeu fulgor,
Como o sol de inverno
Não tenho calor.


Simone de Oliveira
Composição: Jerónimo Bragança

25 February, 2008

kosik não é supérfluo..

O século XX começou com tiros em Sarajevo, em 1914, e está acabando agora com a derrocada do império soviético e com tiros em Sarajevo. Chamaram-no, com razão, o século de Franz Kafka. De fato, Kafka descreveu a essência desse tempo com um olhar inacreditavelmente agudo. Alguns dos seus contemporâneos ainda achavam que seus textos eram visões de sonhos, exageros poéticos, alucinações fantasmagóricas. Nós, porém, constatamos hoje, com espanto, a exatidão e a sobriedade das suas descrições. Kafka chegou à conclusão �" e essa, a meu ver, é a sua descoberta mais significativa �" de que a nossa época moderna é hostil ao trágico, trata de exclui-lo, e em seu lugar institui o grotesco. Por isso, o século de Franz Kafka é, ao mesmo tempo, o século cuja quintessência se acha corporificada numa de suas figuras: a personagem Grete Samsa, uma espécie de anti-Antígona do século XX....

Karel Kosik (Tradução de Leandro Konder)

22 February, 2008

algo vai mal no Reino da Dinamarca

Legiões do céu! Ó terra! Que mais, ainda? Invocarei o inferno? Firme, firme, coração! Não fiqueis velhos de súbito, músculos; aguentai-me! Que me lembre de ti? Sim, pobre fantasma, sim, enquanto tiver sede a memória neste globo conturbado.
Lembrar-me? Sim; das tábuas da memória hei de todas as notícias frívolas apagar, as vãs sentenças dos livros, as imagens, os vestígios que dos anos e a experiência aí deixaram. Essa tua ordem, só, há de guardar-se no volume e no livro do meu cérebro, sem mais escórias. Sim, pelo alto céu, ó mulher perniciosa! Vilão, vilão que ri! Vilão maldito! Meu canhenho... Preciso tomar nota que o homem pode sorrir e ser infame. Sei que ao menos é assim na Dinamarca.


Hamlet - W.Shakespeare

19 February, 2008

"so I can see my baby when I leave this world"

Não me lembro de um último beijo, não.
Não me lembro.

Não me lembro mais do teu sorriso.
Hoje, vi o meu olhar triste. Olhando para um espelho que apenas me oferece recordações.

Sinto-me só..
E se a sorte da doença é triste,
a morte é cura para este cancro que suavemente nos derrota.

Morrer na vida é morte sem glória.
É perder pé na areia do deserto.
É esconder a noite no escuro da memória.
e somente encontrar um dia encoberto.

É dia cinzento,
É dia sem cor
Desprovido de sentimento
Embriagado de dor

Hoje, não me lembro do último beijo.
Mas lembro-me do primeiro.

E aqui durmo, e aqui sonho… na demora de um instante.

os contos de ontem à tarde

Alto! Solitário perdão.
Perdido em mais um tempo que um relógio contou.
A volátil sensação de impotência, estampada na porta do teatro.

Não eram entes estranhos, eram pesos mortos pelo sofrimento da loucura.
A fusão da noite no dia, e na fé do crente, que não acredita na sua própria verdade.

Perguntei pela sensação de existir, a um mendigo mutilado de esperança.
Seria ele um ser menos sensato que a minha pergunta?

Respondeu, tossindo:

- Sangue..!!

E sentou-se na porta do teatro, representando a impotência da sua dor.
Não morreu de imediato, porque o vento o obrigou a respirar o fumo do papel queimado que lhe oferecia vida.

Perdi algum tempo a perceber o que significava aquela resposta, mas nunca o sangue, porque esse era tão humano quanto o meu. O existir não é mais que sangue – Pensei!

Palavra que o vi rico e sorridente, na poltrona mais cómoda daquela ilusão que ambos assistimos, mas escapou-me ao sentir o mais apurado odor.

É tarde, o espectáculo vai começar. Fechei a cortina, e saí rapidamente deste devaneio que me açoita a alma.

E ele ali ficou, na sua relativa fragilidade, bem mais forte que a minha própria vontade.

se não fosses tu, quem seria eu?

18 February, 2008

probability

No próximo fim-de-semana vou à Igreja, para ter a absoluta certeza que não sou o único no Mundo, a acreditar na ocorrência do improvável.


Tell me baby when I hurt you
Do you keep it all inside
Do you tell me als forgiven
And just hide behind your pride


Well its hard to be strong
When theres no one to dream on


keep the faith

17 February, 2008

beautiful stranger II

world outside

Tell me your secret
What you desire
I will still be there for you
And tell me you need it
Tell me something you're not
I will still be there for you

And say you believe it
All of your lies
Tell me you feel it
And don't compromise, oh no
I will still be there for you

Your light in my dreams
Light up my skin
You're so far away
You're holding it in
I'm looking around
Watching it spin
Got my world outside
It's changing
Something within

Tell me you'll reach it
Some of the time
What you're searching for
Cos the love that's around you
Gets you down
Kick you to the floor

So tell me you see it
With your own eyes
Tell me the sky is falling now
In your world
I will still be there for you

Your light in my dreams
Light up my skin
Waiting so long
Time to begin
I'm looking around
Watching it spin
Got my world outside
It's changing
Something within

So tell me the reasons
Show me the signs
Say you desire
Desire only now
In this world
It's our world

Your light in my dreams
Light up my skin
You're so far away
You're holding it in
I'm looking around
Watching it spin
Got my world outside
It's changing
Something within

It's our world
Time moves on
And time moves on
In our world


World Outside by The Devlins

11 February, 2008

05 February, 2008

more than words...

04 February, 2008

philosopher... like a stone

...como bola colorida entre as mãos duma criança


*Felicidade é nunca deixar de sonhar!

Há dias em que os pesadelos, parecem sonhos..

She said,
she said..."She´s not for you!"

You believe??

Eles não sabem..que o sonho, é uma constante da vida?

03 February, 2008

one day..one dream..



No sonho morre Cassandra, na frase do próprio, morre a sobrevivência humana, e por conseguinte a nossa própria sobrevivência.

Até onde podemos ir pelos nossos sonhos?’. Ouve-se na sombreada voz do próprio autor, que proferiu "If you want to make God laugh, tell him about your plans”, e aqui renasce um novo conceito de punição, porque a vida nunca deixa de ser uma tragédia, e os nossos planos, não passam disso mesmo, planos.

Seremos todos nós potenciais criminosos?
Seremos nós capazes de espezinhar um outro ser, para chegarmos ao nosso destino? Matchpoint abriu a caixa do gesto, Cassandra´s Dream, mostra-nos o que está dentro da 'Pandora's Box'.

Sem misericórdia, a noite de Cassandra acabou como o dia em que nasceu, ao sabor das ondas de um sonho que um Deus nos ofereceu, em troca de um jogo, que todos ganhamos e obviamente perdemos, porque a vida é feita de vitórias e de derrotas.

E sem querer, apostamos, e desaparecemos sozinhos na escuridão da noite..

After all... tomorrow is another day. ...

jogas comigo?

30 January, 2008

last but not least



{as memórias são
Como livros escondidos no pó
As lembranças são
Os sorrisos que queremos rever, devagar}

29 January, 2008

rosary



One Gucci for pray...

28 January, 2008

..talking heads

past

Não estranharia a sorte, se num monte de 15 anos de papéis, não encontrasse um nome, uma imagem, uma recordação de um momento, agarrado ao nosso subconsciente.

Não limparia uma memória, ou um passado, se não fosse ele um elemento de sujidade do próprio presente que o invoca.

Não é o passado que me apavora, é o resultado do mesmo, que no seu futuro, nos mete a mão firme na garganta, e nos aperta o nosso eu, estridentemente contra uma parede cravada de cacos de vidro. E ele mesmo nos pergunta, se é este o presente, que julgaríamos vir a ter naquele momento do passado.

Não respondi com a sinceridade que o tempo permite, julguei melhor ler, reler e simplesmente destruir, enfiar tudo num saco de plástico preto, atar, e precaver-me de eventuais derrames de saudade.

Até então, nem uma gota de nostalgia, nem um suor frio, nem uma facada no peito, até que..

Apareceu .. Acordou .. Surgiu.. O relógio, a carta, o papel, a caneta, a roupa, uma caixa de sapatos, um vento, uma luz, um isqueiro, uma janela e uma imagem profunda, longínqua, de uma vila adormecida. Ao longe “a árvore”, a reminiscência, o despertar do holocausto, a bomba atómica, Hiroshima, Nagasaki, e o som da letra que toca, um parecer ser, que não deixa de ser, passado.

Que falsa, esta vontade de apagar, o que não podemos deixar para trás!

21 January, 2008

odysseus



Carlos Castaneda (1971)

I am ULYSSES, King of Ithaca...

...forget the past

...go outside and have a blast




É bom escutar a natureza humana..como se fossem moscas a zumbir nos nossos ouvidos..

17 January, 2008

sorry

ontem fiz o que não devia,
bebi o veneno da fragilidade,
caí numa loucura....e tu odiaste-me.

Cá está, nunca se deve fazer o que se pensa...
é tarde demais para voltar ao principio.

ser hoje, não é ser ontem

Por vezes deito-me com a esperança de não haver amanhã..
Hoje é um desses dias..se amanhã escrever,
é porque a minha esperança, não passou disso.

16 January, 2008

ser ontem, não é ser hoje

Não intitulei a idade de um blog
Não apregoei aos quatro ventos o seu aniversário.
Não por me permitir fugir da vulgaridade,
Antes pelo contrário.
Um ano de blog, é um ano perdido.
São pequenos tempos mal gastos,
Só e apenas pelo prazer de satisfazer o nosso próprio umbigo.
E pouco mais, muito pouco mais..

Será isso um motivo suficientemente forte para celebrar?

Não creio !! Melhor seja o kavod hamet..

indevidamente individual

Hoje respiro o teu nome,
E amanhã?
Será que respiro o meu?
Consequência das intermitências da Vida.

11 January, 2008

family is family. blood is blood

Hoje é dia de ir ao cinema...



Cassandra's Dream (2007)
Director:Woody Allen
Writer (WGA):Woody Allen (written by)
Release Date:10 January 2008 (Portugal)