01 November, 2008

7-yrs

Sete anos de superficialidade de uma vida na presença de um número quase perfeito.

Seria hoje o nosso número perfeito que completaria a harmonia dos sorrisos de outrora.

Foram as memórias perdidas nas patas de um cavalo, iluminadas pelas luzes, escutadas pelas vozes, e pelo tilintar do sonho que construiu a nossa fortuna, num jogo que se perdia a cada momento. Foi na noite fria da mãe que nos avisa, do deserto que se conquista, que Lisboa não me ouviu cantar os teus desejos. Não era um cão que uivava, um calafrio que não se podia suportar, em cada mensagem que nos vencia o medo, e nos convencia que o amanhã seria um dia melhor. Era quase certa a euforia de uma negação, que pareceu perfeito aos olhos da tua presença, tal como o sete que nos encerra, e nos move até ao cadafalso que nos dita a morte.

Os barcos estavam entregues ao seu destino, naquela noite em que a vida nos devolveu a sensação de existir, numa Marina feita de solidão e pouco mais que pedra.

Guardo o sorriso, o sapatear no ar, a gargalhada, e os olhos que nos diziam palavras que não poderíamos pronunciar. Lembro o sabor da tua pele, o teu calor, a nossa torre, o nosso castelo, que desejamos em silêncio construir. Era a força de um mar que nos empurrava para nós. Ao lado, o forte, desmoronava-se ao peso da batalha, que ele já muito antes tinha perdido. Naquele dia, nenhuma muralha nos podia separar.

Guardo a areia do deserto em que criamos a miragem, que eu não soube realizar.

Seria um número perfeito, se não fossem as imperfeições de um ser que nunca deixou de errar. Mais uma vez, só posso dizer: Desculpa!!