o ser é frágil
Um caminho é sempre um caminho, seja feito de pedras, seja feito de areia ou de alcatrão. Na nossa vida encontramos vários caminhos, nem sempre escolhemos o mais indicado, mas não deixa de ser um caminho, não deixa de ser uma via para o essencial, desde que saibamos o que é realmente o essencial.
Não importa o caminho que a seta faz, desde que atinja o alvo. É essa a ideia, é esse o conceito. Nesse percurso, a seta nunca deixa de interpretar a função dela, a função de seta. E tal como a seta, também nós, não podemos deixar de ser o que somos nem de interpretar a nossa função. Contudo, nem sempre sabemos qual é a nossa função.
A posição factual da nossa existência perante o que nos rodeia e essencialmente sobre quem nos rodeia, é uma posição de inconsciência incutida pela nossa educação estereotipada.
A libertação, e a consciencialização das nossas atitudes e dos nossos actos, passa sempre por um exame rigoroso ao nosso próprio eu.
Colocar as perguntas e encontrar as respostas, é um longo processo purgativo da nossa consciência, pelo qual podemos encontrar a nossa verdadeira essência e as razões mais puras da nossa existência, e por conseguinte, a nossa função.
A partir desse momento, qualquer que seja o caminho, será sempre o caminho correcto para atingir o nosso objectivo existencial, porque façamos o que fizermos, teremos sempre a absoluta consciência que o fizemos em função do que realmente somos.
Não existem caminhos perfeitos, não existem indivíduos perfeitos, existem sim, seres conscientes e capazes de arcar, que é, na sua proeminente imperfeição que reside a sua maior faculdade.
[Eis a razão que me leva a lutar pelo “nada”, e a sonhar com o “vazio”.]
(só tu entenderás esta minha fragilidade)
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