les Misérables
Hoje, sinto-me o Jean Valjean.
Capaz de furtar um pão,
em troca de cinco anos de prisão.
Porque é por muito pouco mais que isso,
que nos tornamos tão miseráveis.
E passariam mais do que dezanove anos,
para me parecer menos acusável do crime,
que nunca mais serei capaz de perpetrar.
Isto sim. É indigentemente miserável.
Porém, e como num suplício para Baudelaire,
também me sinto, alternativamente e sem poesia,
um Maudit de Verlaine.
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