31 December, 2007

..hello & goodbye

O poder do gesto, o poder do acaso....ventos sopram, e nada trazem ao nada.

E toda a vida pode mudar num minuto, num erro, numa opção, numa fraqueza.
Todos os nossos desejos, todas as nossas ambições, podem ficar condenadas a um fogo perpétuo, na chama que nos alimenta a nossa própria existência.

Num instante, tão pequeno como a eternidade e tão longo como a solidão, uma orquestra, deixou de tocar a sinfonia que nos permitia ter a coragem suficiente para enfrentar os desafios vindouros.

Lembro a escada que nos fez cair, a porta que nunca se fechou, o lugar traseiro, que tristemente me fez perder.

As tardes, os sábados e feriados da nossa sobriedade alcoolizada pela ilusão.
Ressaca maldita.

Há dores que nunca passam, há dias que nunca chegam ao fim, há memórias que não se perdem, e há horas e minutos que não podemos apagar.

Mesmo quando olhamos em frente, mesmo quando a estrela que nos ilumina, enche o céu de luz, e as noites se tornam dias.. Mas as trevas regressam, e estalam no nosso corpo as fraquezas, tornam os pesos, e as mágoas reviram a sensação cruel da impotência, de não poder fazer o mundo girar de avesso.

E a porta da prisão fecha-se, no quadro onde pintamos aquela madrugada da saudade, e ali fica a Paz…a nossa Paz, que tantos nos aguarda, que tanto nos foge, que tanta falta nos faz, para derrotar a agonia que nos envolve neste espaço, onde só nos é permitido sobreviver e sofrer, em paz.

E em paz, digo: adeus dois mil e sete…

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