passeando
Três dias, três destinos, cruzamentos voláteis que se arrastam, que nos arrastam!
Que nos arrancam da terra e nos espalham pelo céu…passeando.
Tal poalha, tal luz que não ilumina, que contas?
Que fome nos enche a alma? E o entulho de guerras passadas?
Sobrevivemos loucamente ao passar dos barcos que não param, nos lugares comuns em que existimos e que são ínfimos aos olhos da realidade aparente da saudade.
É tão comum ser comum, é tão igual ser diferente, e estamos tão perto de estar longe.
A indiferença.. a suave indiferença do passado, é a tal fenda profunda, cortada de holocaustos atípicos, que se abre no nosso destino.. um portal carregado de sentimentos contraditórios, papel químico do vertente entusiasmo que se reproduz infinitamente nos nossos olhos e na nossa imaginação.
Chega a negação do tempo, a ferocidade do desalinho constante, a esfera roda, rola, gira, embala-nos no sonho corrido de vida, que não é vida, que não é sobrevivência, que não é absolutamente nada, e pouco nos resta para dizer, escrever, pensar ou sentir.
E chegamos ao fim, sem nunca saber onde realmente começamos.. passeando.
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