….assim me encontro
Porque os olhos já não olham a direito,
As posições direitas, estão turvas,
A cabeça parece uma bola pendente,
Num corpo sem o equilíbrio dos homens.
As palavras nunca saem completas,
Nem na voz,
Nem na escrita…
Nem na leitura dos outros.
O suor é quente em corpo fervente,
Que cambaleia como um sino,
Que toca e badala o fim de um rito.
O cansaço arrasta-me para o vazio,
A demência aparece ao toque dos ponteiros,
E as pernas cruzam-se no meu próprio caminho.
Há degraus em cada passou meu,
Há uma montanha para subir,
E um segredo que desce violentamente,
Sobre mim…
São as nuvens que me enchem o olhar,
Trazem memórias estagnadas, imundas,
Cheias de preconceitos e gracejos fúnebres.
Planeio o ontem, como se ainda hoje o fosse amanhã.
E curvo-me perante as noites que se agarram aos dias,
Como as lapas nos penhascos abissais
Mergulhados no infundado azul vitral.
.
Corro devagar, mas sem demoras, para o espelho,
Porque ainda me resta ver o vazio
que existe no outro lado de mim…
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