manifesto anti-A
Hoje passei ao lado do que me resta de bondade social, queria saber o que queria saber, e nos conhecimentos do Verão, que guardo de um passado quase esquecido, usei as armas que os homens usam para saber o que mais querem saber.
Ironicamente, foi no que mais complicado parecia ser, que mais fácil se tornou, e entrei pela porta sem pedir licença, abri todas as janelas, e principalmente a que queria abrir, e descobri o que queria descobrir, saber o que queria saber e encontrar.
Afinal estava lá a singularidade, o acto descomprometido, a certeza do que havia pressentido, de nada serviu, fiquei igualmente ingrato com o que me deixou sem certezas.
Porém, não chegou entrar numa janela, como sempre, o poder, dá-nos fome de saber, de bisbilhotar, de vasculhar, o mais do resto…e…
Descobri o mal de mim, o que mais me devora, o que os outros pensam de mim.
Descobri o que me escrevem nas costas e que me soltam no jazigo encerrado pelos cadeados da ignorância… Ouvir apenas um lado é sempre mau, pactuar com ele, é filipino, é aterrador, é beber a água onde Pilatos lavou as mãos.
Não guardo ressentimentos, nem rancor, saberei com alguma certeza que a ilusão partiu de alguém com pior instinto, mas em todo o caso, não te desejo nada para além do que tu és, a tua humilhante condição de humano e mortal.
E sim, eu tenho a mania que sou superior, melhor, tenho a certeza que sou superior, e a prova disso, é que eu sei o que tu pensas de mim, mas tu nunca irás saber o que eu penso de ti… Só por si, isto é uma superioridade em relação ao pouco ou nada que julgas saber… Quanto a mim, vou-me recostar na cadeira do poder supremo, aquela que está bem abaixo do espaço em que julgas voar, com os pés bem afastados do chão onde eu piso.
Assim nos entendemos…assim não nos vamos entender mais, porque lá no fundo, guardarei um gostinho do ácido com que serves o básico momento de existir.
a ti, os meus sentimentos… por ver morrer a tua confiança… AA
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