06 September, 2009

no resto da noite..

Se te quero ouvir assim tão perto….

Se te quero sentir assim tão existente,

Neste pequeno canto, neste Mundo tão nosso e inconstante.

Num jardim esquecido, numa praia distante,

A ouvir um Palma, a escutar um sorriso, um choro,

Um cão que ladra, um gato que mia…e um passo em falso.

Passamos entre as gotas da chuva, por uma igreja,

 por um caminho que nos leva ao nosso regresso.

 

Sonhei contigo, o tempo que foi necessário acreditar,

Chorei a tua partida, e perdi-me numa marcha solitária.

Vivi tanto ao teu lado, como o espaço de uma vida inteira,

E pensei não mais soltar a mão que me agarraste.

Mas assim se desprendeu o barco que te levou.

 

Agora perco-me nas memórias, guardo as lembranças,

E oiço a tua voz no meu colo.

Vejo os teus lábios e cheiro o teu corpo com saudade.

 

Nada posso remediar, a impotência que me amarra ao meu sentir,

Tem a força do ferro, do aço que sustenta o universo que nunca existiu.

Sonhei alto, tão alto, quanto eu podia alguma vez imaginar.

E aqui me despedaço, numa tempestade de areia onde a terra me levou.

 

E aqui fico, esperando o teu respirar, o teu abraço, o teu…todo.

Sou tão teu, tão teu, quanto meu.

 

A injustiça não sairá perdoada,

e a nossa sentença será escrita na linha do horizonte,

que nos perdoa o espaço que ambos gostamos tão bem ocupar.

 

Levaste-me os olhos…levaste-me a totalidade do que respiro.

E sinto tanto a tua ausência…

E assim te amo infinitamente…

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