07 August, 2010

esplanada intensa e imensa de si.

E desapareceu no frio da tarde que aguardava a noite. A esplanada vazia de olhares e de conversas ficara para trás. Por ali sobraram as cadeiras e os segredos que as sombras souberam resgatar, refizeram o tempo e esconderam-se do dia que se terminava em si.

Aos poucos, no calor do sol, a conversa foi fluindo como um rio em marcha intemporal, um pouco ali, um pouco aqui, salteavam-se eras e murmúrios. Nunca o passado, o presente e o futuro estiveram tão moldados de sentido existencial. Vestiu os óculos quando a casa era apenas um céu imundo sem limite para a rebeldia, a segura segurança guardava-se por trás do espelho que os olhos enganavam. Ali desceu da sua torre, presenteou a claridade com um olhar semicerrado em desassossego.

Sentada no topo do mundo, com a paz de todo o momento, aguardava o vento que sopraria nos corredores do tempo, e que se fechavam nas horas em que as vagas colheitas de humor se estendiam entre por o que se restava encontrar naquele olhar…

O artista assim compreendia as núpcias alheias, a vontade de se encontrar em si, era superior a todos os momentos de insanidade e de complexidade moral. Perdido de culpas e desculpas, antes que a maré encha o salgar dos pés calejados pelo andar, ele se inspirou de alegria e despojou-se da melancolia tórrida que o sol soubera envelhecer.

Foi um feliz intento, e uma semana passou, para que o registo fosse concretizado no papel. O agradecer não foi superficial, foi mais que um apontamento casual, foi o querer acabar e continuar eternamente o que ainda havia para dizer.. Assim espero o que o artista espera, quanto mais o artista que eu realmente seria no seu lugar…só se eu não fosse apenas ele.

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