08 December, 2010

…branco

Mil palavras em silêncio, mil desejos que escondi debaixo do colchão e fechados numa almofada negra. Deito o corpo no que sinto e a cabeça no que a lembrança me traz.

És tu, nos olhos fechados, nas feiras, nas fantasias, na areia que me trazes no corpo, no sal que me lembra o teu olhar…o teu sorriso de miúda…e as tardes…

 

As tardes…tantas tardes em que o Sol e a Chuva nos guardavam o que o pensamento não podia realizar…

Que saudades eu tenho de te ver chegar…

Que saudades eu tenho daquele Mundo tão diferente e tão cheio de ar….

Que saudades eu tenho de Sintra e dos passeios cheios de pessoas, das carroças e dos cavalos…

e do rio…

do riso…

do rir…

 

E que saudades eu tenho de mim,

e de ti,

e de nós….

 

E assim foste,

voando como o pássaro que sempre me lembro…

o pássaro de crista levantada e bico fino que não deixou o ouriço sorrir eternamente…

 

Hoje… ainda o ouvi.

Hoje… quase o vi chegar e partir.

Hoje…. foi mais um dia como os outros todos que vieram depois de te ver partir.

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