31 March, 2008
27 March, 2008
24 March, 2008
23 March, 2008
deconstructing kafka [Open Letter]
Não é por acaso que desconstruímos o que construímos na nossa existência frenética, do vive-rápido, e no conceito social do “mainstream”.
Ser poeta, pode ser mais alto, mas eu não sou poeta, não sou mais alto, nem mordo como quem beija, não sou mendigo, nem rei de aquém e além dor.
Sou ser, e sou existência em mim, e só eu posso construir e desconstruir a minha própria realidade.
Não foi um acaso que destruiu o “nonsense” habitual das atitudes que me levaram a escrever este blog, ou este texto, ou a pensar seja no que for, e sobretudo a decretar o estado de falência de um sentimento que se arruinou a si próprio ao longo destas páginas feitas de improvisos e textos corridos a faca e espada.
Foi numa das minhas curtas viagens a Sintra, onde o mistério se esconde em cada esquina, que a bomba caiu, no meio de uma estrada que certamente não nos leva a Roma.
No imprevisto da natureza, própria do banal mortal, as certezas passaram despercebidas por imposições da retórica que me envolvia. A morte de um Sol, não pode ser imposta, pela força de uma música, de um livro, de uma conversa ou de um filme. A morte do nosso Sol declara-se por si. E é em si mesma, a estrela, que se consome e desaparece, pela sua própria vontade de mudar, de um estado activo, para uma condição pré-coma.
É nessa condição que o tempo surge como transporte de informações, sempre calculadas ciclicamente por um impulso de um relógio. Vagamente, olhei, e descobri as verdades que se escondiam por trás de uma perfeição fictícia e adulterada por uma consciência, demasiado teimosa para me deixar ver.
Afinal, já nada é o que parecia ser, e o que ontem era a sorte de ter, será hoje a fortuna de não possuir.
E tal como a minha desconstrução foi profunda e aguda, também a construção desta intuição me pareceu bastante sólida e real.
Não posso desejar sorte aos audazes, porque esses, são eles as maiores vítimas da sua própria sorte, e expiram na escuridão da noite, em que destilam o álcool que os sustenta.
O futuro, nem sempre é amanhã, pode muito bem nunca passar do hoje. Um relógio sem corda, não conta tempo, mas envelhece com o tempo que passa sem contar.
Uma renúncia, nunca é uma ambição, é antes uma distracção, que a realidade só por si não pode fazer.
Se pudesse, afrontava certas condições com as minhas próprias palavras, mas estaria a ser sensato? O livre arbítrio dá-nos a possibilidade de fazermos da nossa vivência, a vivência que melhor entendemos para o nosso corpo, para a nossa mente e para o nosso eu, quem sou eu para julgar quem se absolve?
A adolescência pós adulta é uma vítima nuclear, porque a exposição dos nossos actos pode sustentar muitas ideias, mas nunca será um ideal.
Aqui se constrói, aqui se desconstrói Kafka.
A César o que é de César, a Kafka o que é de Kafka.
*
(Na certeza do momento presente, não extingo a natureza do que ficou escrito, nem da devida promessa do tempo que falta percorrer para a extinção desta peça sem actos. Por a quem de direito, merece esta prece, aqui fica o meu compromisso de causa e honra. - Ao Dr. Nicolau)
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23.3.08
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20 March, 2008
...or maybe it doesn't, and you lose.
'(Yo. Cut it.)
Soy uno perdedor*
I'm a loser baby, so why don't you kill me?'
by Beck
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20.3.08
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la verità in cimento
Perdi anos à procura de um livro para contar,
Dissolvi os sentimentos que me agarram
Na lama que encharca os subtítulos dos jornais.
Verdade ou mentira?
Algures no lugar de ontem
Encontrei o caminho para o amanhã.
Nas páginas dos livros que li,
Havia um número infinito
De magias para aprender,
E de falsas fantasias
Para ensinar.
Verdade ou mentira?
Que a raiva do touro,
É a raiva dos outros,
E nunca somente a nossa raiva.
Vivi ontem,
O que não vivo hoje,
Penso hoje,
O que nunca viverei
Amanhã.
Frases feitas de mistério,
Assombram os passos
Dos planos que fazemos
Das memórias que deixamos.
E assim assistimos,
À marcha virtual
Da loucura
Da demência
Da doença que nos suporta.
Verdade ou mentira?
Que somos estranhos,
À procura de estranhos.
Neste estranho lugar-comum.
*
'Inter poenas et tormenta; vivit anima contenta; casti amoris sola spe'
by A.Vivaldi
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20.3.08
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my father's eyes
Then the light begins to shine
And I hear those ancient lullabies.
And as I watch this seedling grow,
Feel my heart start to overflow.
Where do I find the words to say?
How do I teach him?
What do we play?
Bit by bit, I've realized
That's when I need them,
That's when I need my father's eyes.
My father's eyes.
That's when I need my father's eyes.
My father's eyes.
Then the jagged edge appears
Through the distant clouds of tears.
I'm like a bridge that was washed away;
My foundations were made of clay.
As my soul slides down to die.
How could I lose him?
What did I try?
Bit by bit, I've realized
That he was here with me;
I looked into my father's eyes.
My father's eyes.
I looked into my father's eyes.
My father's eyes.
My Father's Eyes - Eric Clapton
Always here...!
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15 March, 2008
slow
You know I dreamed about you
for twenty-nine years before I saw you
You know I dreamed about you
I missed you for
for twenty-nine years
slow show by the national
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15.3.08
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10 March, 2008
cliffhanger
Não passa por nós, a possibilidade de ter este fim, suspenso no tempo e na vontade, de um homem novo demais para morrer e velho demais para trabalhar, mas suficientemente capaz de ver, com olhos de ver, o que os novos ainda não podem entender.
Entendo o país que não suporta a idade como uma defesa, e sem vaidade, mata quem construiu e protege quem destrói.
Um homem começa preso, e acaba solto, pelo dom da ubiquidade, pelo meio ficam as vitimas, os “danos colaterais” espalhados ao longo de quase duas horas de película, ao fim, chega a sensibilidade feminina de um filme para homens, capaz de desarmar quem não arma a honra de uma palavra, e cava a sua própria sepultura contra a vontade de jogar a sorte trocada pelo livre arbítrio de um ser capaz de pensar por si. A demência não é paga pelo peso das balas e dos ferros soprados, um louco pensante, quase vivo, quase morto, perde o seu lugar, quando o acaso acaba por ser mais forte que qualquer um caçador, que vira presa.
Não há selvajaria no ser por se sentir selvagem, a frieza é uma arma superficial de quem sabe ouvir, e até jogar com a vida, no cunho de uma moeda.
O humanismo cru, e cruel do ser, revela-se, quando a atenção ergue-se no cão estendido e morto, tal e qual um homem. A humildade do sarcasmo leva-nos ao delírio, quando ouvimos as “deixas” hilariantes de um filme que se pretende sério. Não é uma novidade, é um “recall” de Tarantino, e eles (os manos Coen) sabem disso…por fim.. cliffhanger… (Eu também vi, "O Bom, o mau e o vilão" do Leone.)
PS - J.Bardem, mereceu.
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10.3.08
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06 March, 2008
vou
Nada parece perdido, quando já tudo foi perdido.
Um murro na mesa, um soco no peito,
Um grito e um olhar arrepiante.
O sentir, já não é permitido,
Passou o transporte que nos enganou,
E o destino deixou de ser um final de conversa.
Passa à frente, diz a razão.
Um passo atrás e um olhar cego,
Diz-nos a ambição.
Pego na tua mala e arranco,
Vou na tua viagem,
Soletrando as tuas letras,
E ouvindo as palavras dos outros.
Espera!
Afinal, tudo acabou.
Não tinha percebido!
Peço desculpa.
Assim, sim!
Vou..
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6.3.08
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01 March, 2008
your book
Dá-me espaço no teu livro,
Onde eu possa pintar um novo Mundo
Feito de palavras e de encantos
Capaz de nos fazer existir novamente
Num só momento,
que dura o tempo suficiente
Para ser eterno.
Abre essa tua porta,
Deixa-me olhar,
Dormir e acordar
No teu dia, no teu caminho.
Não me deixes morrer lento,
Sedento de tudo aquilo que sou capaz
Não deixes,
De te tornar tua, sem seres minha
De seres a aurora que me conduz
Na noite em que te sonho constantemente.
Dá-me espaço no teu livro,
Para ser a personagem que lê
Tudo o que escreves
Nas palavras em que te desejo ouvir.
Dá-me espaço no teu livro,
Para te dizer mais uma vez
Que existo… porque te desejo.
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1.3.08
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