Maria (o teu nome)
E demasiadamente um corpo emana verdade, existência, vida.
Luz em si, esconde as derrotas e acende o sol ao passar.
Convicta atitude, pertinente é a vaidade e o sorriso no rosto.
Um choro, uma queda, uma mágoa, uma birra pegada ao colo.
Um mão que me agarra, e me arrasta para fora do deserto.
Um passo em falso, uma corrida, uma brincadeira.
E as nuvens descem, e a escuridão que te assusta se enche em mim.
Não deixo de dar um passo em frente, sem olhar por cima do ombro.
E é falso. Está longe a idade da criança que me fizeste ser, parecer, querer.
E frequentemente recordo-te:
A andar,
a correr,
a falar.
A crescer sem mim, a esquecer o que me ensinaste.
A descer a escada que te guia o ser, o que és, e o que nunca poderás ser para mim.
Contigo existi inteiramente, intensamente, e até o meu corpo se reconheceu em mim.
Sem ti… sou pouco mais que a bobine vazia de um filme, que infinitamente acabou de acabar.
…
É imponente a saudade, gigantesca, como uma montanha que beija o céu.
E aqui se lança, continuamente, sem se cansar.
E por aqui a guardo, nos passeios matinais da minha infantilidade.
No comments:
Post a Comment