Quando o fim chega e a ilusão acaba, olho para trás e transformo-me na pedra fria, oca, imoral, inexistente…
Ao pó torno, e pelo pó vou, voando pelo tempo que o passado levou debaixo de um braço.
Escondo-me de mim e da minha vergonha, dos meus gestos, do meu acreditar cego, intolerante, imprevisível, e tapo a minha face, onde fecho o desalento, a minha fortuna, o triste destino, desatino, as lágrimas do ontem, do hoje, e do medo do amanhã….
Seguro-me ao que sou, do pouco que posso ser, e do que muito menos serei.
Assim fico, ser adulterado, alcoolizado de incertezas, é o meu ego.
Vagueio impune pelas rotas do contrabando sentimental, onde soluço, e roucamente retiro palavras de dentro de mim.
E corro, e salto, e prendo-me a tecto do mundo, e ali fico suspenso, cambaleando, vagamente esquecido, infinitamente eu, sem ser um pouco mais que alguém.
Tento esquecer quem sou e do nada que me resta.
Não tolerarei mais as verdades que não digo, os prazeres que risco do livro que leio, entregue a uma crueldade de um nome que enche todo o meu corpo, o meu pensar, e o meu existir…
E de “tudo o que acho sem saber”,
Saberei as palavras, que sem sabor,
Trazem nos olhos os dias,
Que eu não voltarei a merecer.
Só e porque, eu não sou uma catedral!