31 December, 2009

con te partirò

thats-all-folks1

 

saberias tu, se fosses tu, a quem eu julguei tudo o que foi escrito aqui…mas nada mais importa, porque eu não sou mais quem fui, e tu..tu…serás sempre o que ficou por ser…

 

Boa Noite Kafka…

25 December, 2009

15 December, 2009

27 November, 2009

you raise me up

Cuando me ví desnudo y sin aliento
Parando al mar desierto y sin amor
Cuando pensé que mi alma había muerto
Llegaste tú como la luz del sol

Por tí seré más fuerte que el destino
Por tí seré tu heroe ante el dolor
Yo sin tí estaba tan perdido
Por tí seré mejor de lo que soy

24 November, 2009

..incerta a certa certeza de te encontrar

Debaixo dos pés que pisas,

No chão que não me pertence,

que me treme de olhar,

no desvio da tua desconfiança…

confio no que me dizes em silêncio.

 

É aqui que ele habita,

É neste espaço que imagino a tua voz,

As lembranças, que não te enganam,

E o meu toque que se perde na tua indiferença.

 

Um olá que não sorri, uma mão que não acena,

Um adeus que menti, e escondi,

Debaixo do pouco que sou, do nada,

Deste tão nada que me assombra os passos

E me faz tremer o chão que piso,

O chão que pisas,

O chão que caminha debaixo do que és…

 

E ali fico, vendo-te sair…calmo e sereno,

Enquanto encantas o Mundo.

 

Era assim que me recordava de ti,

Foi assim que te vi…sempre igual ao que me faz sonhar e sorrir,

Sempre…sempre…

Maria….

 

(…sem as lágrimas que apagam o fogo da vista, ainda me lembro do seres tão infinitamente cativante, como capaz de me transformar no pó que já era antes de ser)

19 November, 2009

…sou como um rato

"Ai de mim!", disse o rato, – "o mundo vai ficando dia a
dia mais estreito". – "Outrora, tão grande era que ganhei
medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver
aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes
altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro
que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira
em que irei cair". "– Mas o que tens a fazer é mudar de
direção", disse o gato, devorando-o.

 

F.Kafka

02 November, 2009

já estou além onde não estou…

Nunca tive muita vontade de dizer adeus, nunca tivemos muita vontade de chamar pelos nossos próprios nomes, e pelas coisas que nos faziam viver os dias de sol e de chuva que simbolicamente usam e abusam dos números que passam a letras, e das letras que fazem as músicas, as sinfonias, os instrumentos que tocam no peso celestial do imediato. As nossas contas, que não se conseguem contar, os nossos caminhos que não se podem apagar do nada, e surgir do tudo, e do que não nos pode rodear. Fabricamos as ideias que nos colocam na luz as formas arcaicas do nosso porvir. Perdemos algumas horas de distância a pensar no que eu poderia escrever e contar, e surgiu o porquê.

Numa tarde, em que a terra não se tornava mais que o último destino do tempo, e que na sua roda de aventura, pela ventura da rodagem entre os mundos que a rodeiam, o Sol parou, mas não deixou de brilhar da mesma forma que havia brilhado nos tempos infinitos. Surgiu na floresta, do momento, que o movimento se subiu ao ser em flor, nasceu na penumbra a ilusão da existência de um pássaro, de uma flor, de um insecto que sorrateiramente se esgueirou pela planície, batendo asas infindáveis, às vezes, como o bater de um coração que nunca se queda em si…

Sobreviverei ao que o tempo reservou para mim? Não creio! Julgo findar-me aqui e agora. E assim me deixo guiar pela sorte que não tive, pelas horas que nunca me deram, pela injustiça de não poder sonhar um pouco mais além do que me resta esperar ter.

A oportunidade ficou ali, e eu aqui, com a dor que o corpo me dá, com a maldade do chão que piso, e da solidão de um pequeno espaço que não me deixa ver para lá do que não resta ouvir dizer.

E tanto mais podia fazer… tanto mais que não me resta…

Foste tu… Fui eu … tu para a vida, eu para a sorte do sim ou não das voltas do existir…

Como custa deixar tanto por partilhar… Como custa esperar sozinho pela noite que nos leva o pensamento e a ruína de um respirar.. e ele bate, lento, leve, e este sabor de azedo viver que me ensaia o gosto e o paladar… já não é saliva, já não é sangue…é fim.

E tu, que vacilas em acreditar no terror da verdade que me resta, chegarás a tempo?

“Estou além… onde não estou”

26 October, 2009

whatever works

23 October, 2009

caim?

Saramago disse o quê?…

Mas eu não tenho opinião formada sobre o que ele disse, não tenho porque não quero ter, não tenho porque não me interessa ter.

Surpresa? Nenhuma!

Saramago disse algo que todos sabemos, melhor, disse algo que as próprias religiões sabem…

Surpresa? Onde?

Sim, surpresa é Saramago agir como um miúdo que acabou de descobrir que descendemos de algo parecido com um símio, isso sim, é noticia.

Descobrir que Adão e Eva apenas existiram em filme é motivo para revolta?

Sim! Mas para um menino de 12 anos que nunca ouviu falar no Joaquim de Almeida e na Maria de Medeiros, e para quem um “Vai à merda” ainda é uma asneira brutal, principalmente se for seguida de um “Vai tu!”.

Quanto à Bíblia, não tenho nada a declarar, a violência faz parte da existência na sua totalidade, seja escrita, pensada, falada ou vivida, a maioria dos seres vivos são predominantemente violentos, qual o espanto?

Viver é só por si, uma lição de maus costumes, e só os que nunca viveram estão livres de tais costumes.

Maior quadrilha que a própria humanidade é difícil de pensar existir, somos dos piores seres que habitam este planeta, e muito provavelmente o próprio universo, e então?

É o que somos!

Novidades? Um livro novo que espero comprar amanhã… de resto…tudo na mesma no convento.

morto é morto

Se Nabokov disse.. quem sou eu para lhe dar ou tirar a razão?

Aqui estamos..em pré-morte, a consequência esperada do estar vivo… agora ando para aqui a pensar se… bom, todavia é verdade que ainda se pode pensar em escrever… pensar… pensar…

…lá está, Ser é o que é! Pensarei assim!

17 October, 2009

santini…with u…

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14 October, 2009

olá!

100NIKON1

13 October, 2009

.habemus U2?

Ok..venha lá mais um… já nem me sentia vivo se não fosse essa a verdade..

03 October, 2009

october

October and the trees are stripped bare
Of all they wear.
What do I care?


October and kingdoms rise
And kingdoms fall
But you go on
And on.

 

by U2

quem tudo quer, tudo perde

Queria tanto viver e não existir… e assim tentei.

Agora, nem uma coisa nem outra.

23 September, 2009

pela Paula acima…

é bem mais cósmica que local… maldição esta…de ter de ver o dia de costas voltadas para o horizonte..

que se passará nas mentes mesquinhas dos homens?

pouco mais do que possa escrever…

é poderio,

é tão poderio pintar em ti o que posso ver nas galerias em que nos desencontramos…

 

eis a tal epifania… de que tanto me revelas pormenores sem a saberes.

sem legendas

há uma música que se chama…  “descarrega a raiva aqui e não ali”…

está presente nos meus ouvidos, mas é curta de som e de … veracidade mental.

 

podemos pensar mal…muito mal, e ficar calados… mas não odiar o que se passa à nossa volta.. é isso…subir escadas sem degraus e bater com a cabeça no cimo de um buraco…

 

apetece-me tanto mandar algumas pessoas à merda…. a começar por mim.

17 September, 2009

ido

o orgulho deles é bem mais colorido que o nosso…

mas o que interessa o que digo?

és tu quem esperas?

ou sou mais eu?

 

assim não me permites voltar agarrado às pernas que me suportam,

estou sentado, e repara que vejo as noites pelo canto do olho…

 

agora Morfeu leva o que prometeu… em sono, em dias, em…e na…

abundância suficiente… e em que paz te encontro…

 

ido e vindo… habilita-me ao sono que me encanta o olhar…

11 dias de mudo emudecimento

e aqui me volto, e aqui me mudo, e me encontro com ontem…

voltaste ali, mas não ao presente, nem ao futuro….

 

tiras-me sempre o meu melhor, e eu gosto, e cuido da Hera que tanto podia existir no cimo de um Mundo inventado por nós… e permaneço calado, enquanto olho para a foto de um momento que eu não pude partilhar…

 

(tenho um amigo teu, tens um grande amigo meu.. etc etc etc)

IC19

é tudo muito Zen ao ver a IC19, e os loucos que ao Km não sei quantos apagam as luzes... é muito violento acreditar que é uma maldição...porque todos somos feitos dessa mesma fibra de ilusão... (e sim, é mesmo óptica)

06 September, 2009

..o nosso Mundo

…e assim foste…suavemente, com os teus cabelos presos ao momento.

foste estrada fora, nesse caminho que guardas sem regresso…

 

e aqui deixo a porta aberta ao teu sorrir…

Esperando a sorte dos que habitam a solidão e o existir,

Neste Mundo tão nosso…

(Não consigo deixar de pensar que existes tão unicamente em mim)

no resto da noite..

Se te quero ouvir assim tão perto….

Se te quero sentir assim tão existente,

Neste pequeno canto, neste Mundo tão nosso e inconstante.

Num jardim esquecido, numa praia distante,

A ouvir um Palma, a escutar um sorriso, um choro,

Um cão que ladra, um gato que mia…e um passo em falso.

Passamos entre as gotas da chuva, por uma igreja,

 por um caminho que nos leva ao nosso regresso.

 

Sonhei contigo, o tempo que foi necessário acreditar,

Chorei a tua partida, e perdi-me numa marcha solitária.

Vivi tanto ao teu lado, como o espaço de uma vida inteira,

E pensei não mais soltar a mão que me agarraste.

Mas assim se desprendeu o barco que te levou.

 

Agora perco-me nas memórias, guardo as lembranças,

E oiço a tua voz no meu colo.

Vejo os teus lábios e cheiro o teu corpo com saudade.

 

Nada posso remediar, a impotência que me amarra ao meu sentir,

Tem a força do ferro, do aço que sustenta o universo que nunca existiu.

Sonhei alto, tão alto, quanto eu podia alguma vez imaginar.

E aqui me despedaço, numa tempestade de areia onde a terra me levou.

 

E aqui fico, esperando o teu respirar, o teu abraço, o teu…todo.

Sou tão teu, tão teu, quanto meu.

 

A injustiça não sairá perdoada,

e a nossa sentença será escrita na linha do horizonte,

que nos perdoa o espaço que ambos gostamos tão bem ocupar.

 

Levaste-me os olhos…levaste-me a totalidade do que respiro.

E sinto tanto a tua ausência…

E assim te amo infinitamente…

04 September, 2009

28 August, 2009

agora…

Vivo dos aforismos dos outros, e não consigo compreender muito bem onde ficam os meus…

25 August, 2009

duque de Caxias

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o duque que junta tudo, e não junta nada…

se fosse como escrevem os filhos de “Davi”, o teu nome seria quase tão perfeito como o dia em que nasceste..porém acaba mal… MUITO MAL.

Also sprach Zarathustra

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Nietzsche is dead by God - 25/08/1900

e eu entenderei melhor Wagner…no dia em que não tiver mais nada para entender.

21 August, 2009

my gift 4u…

4uL

17 August, 2009

um pequeno segredo…(que não há em ti)

Num espaço…cada letra tua, nua, crua

Pura de encantos demais…

Clara a transparência da tua voz.

 

A fala que se sente,

Mesmo no ausente pestanejar de um estranho…

A força do encanto…que vil é a rude distância…

Um caminho tortuoso, infundado e inundado de saudade.

 

Um campo aberto a uma flor que nasce num Mundo distante,

És mais do que todas as minhas letras,

És superior ao que penso e ao que te lembro de ti.

És mais do que a pequena criança.

És a existência completa de todos os momentos que vivi.

 

Correndo pelo seu corpo tonto,

Pelas ruelas de um centro,

Lá vai ela, suave como um pouco de vento.

Corre, brinca, tudo a intriga, tudo a satisfaz…

O sorriso, a descoberta...

Há sempre um motivo suficiente para se distrair.

 

E perguntar... sem medo…

E responder sem apreensão

“Está bem!”

 

E eu assim te lembro...

como uma pequena poesia…

És Maria… mesmo sem mim.

15 August, 2009

12 August, 2009

desenhos animados em Vénus

venus secret2

Imagem do planeta Vénus captada hoje (12/08/2009 – 6:42 am Lisboa)

pelo Microsoft WorldWide Telescope

10 August, 2009

madrugada emoldurada

E tu que por trás do vidro olhas para mim,

Não te escondas por trás de um sorriso,

Que há muito que não consigo encontrar.

 

Toma conta do meu sonhar,

Enquanto durmo nesta madrugada fria e ingrata,

Lembrando como:

És suave, és vida, és mais do que um respirar…

És tu…presa nessa moldura escura.

manifesto anti-A

Hoje passei ao lado do que me resta de bondade social, queria saber o que queria saber, e nos conhecimentos do Verão, que guardo de um passado quase esquecido, usei as armas que os homens usam para saber o que mais querem saber.

Ironicamente, foi no que mais complicado parecia ser, que mais fácil se tornou, e entrei pela porta sem pedir licença, abri todas as janelas, e principalmente a que queria abrir, e descobri o que queria descobrir, saber o que queria saber e encontrar.

Afinal estava lá a singularidade, o acto descomprometido, a certeza do que havia pressentido, de nada serviu, fiquei igualmente ingrato com o que me deixou sem certezas.

Porém, não chegou entrar numa janela, como sempre, o poder, dá-nos fome de saber, de bisbilhotar, de vasculhar, o mais do resto…e…

Descobri o mal de mim, o que mais me devora, o que os outros pensam de mim.

Descobri o que me escrevem nas costas e que me soltam no jazigo encerrado pelos cadeados da ignorância… Ouvir apenas um lado é sempre mau, pactuar com ele, é filipino, é aterrador, é beber a água onde Pilatos lavou as mãos.

Não guardo ressentimentos, nem rancor, saberei com alguma certeza que a ilusão partiu de alguém com pior instinto, mas em todo o caso, não te desejo nada para além do que tu és, a tua humilhante condição de humano e mortal.

E sim, eu tenho a mania que sou superior, melhor, tenho a certeza que sou superior, e a prova disso, é que eu sei o que tu pensas de mim, mas tu nunca irás saber o que eu penso de ti… Só por si, isto é uma superioridade em relação ao pouco ou nada que julgas saber… Quanto a mim, vou-me recostar na cadeira do poder supremo, aquela que está bem abaixo do espaço em que julgas voar, com os pés bem afastados do chão onde eu piso.

Assim nos entendemos…assim não nos vamos entender mais, porque lá no fundo, guardarei um gostinho do ácido com que serves o básico momento de existir.

 

a ti, os meus sentimentos… por ver morrer a tua confiança… AA

shelter of your love

How I survived, Oh, I dont know.
Still I'm glad to say, I'm still here today.
I tried to pretend, but it was just a show.
Now I, I just cant hide. I had to swallow my pride.
And I had to:
Run for the shelter of your love.

 

You know I'm a man, I dont like to brag.
But it's been cold and empty out here, it's been a drag.
A man dont fight and run away. He will live to fight another day.
Well it's these words I sing that keeps me holding on today.
I know that I can:
Run for the shelter of your love.

 

jimmy cliff

 

I can see clearly now the rain is gone.
I can see all obstacles in my way.
Gone are the dark clouds that had me blind.

…insónias de Agosto

Quando tento dormir penso no futuro,

mas não o vejo,

porque ele está longe de existir…

ao mesmo tempo vejo uma nuvem densa carregada de imagens do passado…

e é nessa agonia que encontro a insónia…

09 August, 2009

de incerteza me alimento

Revejo a matéria dada, com a preciosidade de uma pétala,

Examino cada gesto, cada gota que escorre,

E encontro-me num meio fim, perdido, desgastado,

Cansado e desiludido com o que sobra de mim.

 

As imagens são turvas e ausentes,

Espero o negro, o escuro e a eterna obscuridade,

A cada segundo que passa e que nunca me resta.

 

Desço em mim, o mal que os outros escondem,

Corrompo o meu corpo frágil,

E deixo-me guiar até ao que me falta.

 

Com a largura do tempo,

Espero… o que tão de pouco falta esperar.

Afinal a saudade não arde nos meus lábios,

Quando eles se encerram infinitamente, no teu olhar…

 

É do sonho que vive a incerteza…

…e o sono não se lamenta das lembranças,

que vagamente alimentam, a verdadeira identidade dos dias.

06 August, 2009

obviamente…

E assim se foi, a noite e o dia dos nossos tempos…

 

…nada a declarar.

…nada a acrescentar

05 August, 2009

…habeas corpus

Não me culpo, mas não me absolvo…

É inconstante a crueldade,

É inconstante o pueril ideal da serventia à dor.

Forte ou fraco, culpo o que me rodeia,

Entre o que começa e acaba em mim.

 

É de mim que parte o que me envolve,

É de mim que sobressai o escuro que a luz não encontra

 

Não posso esculpir na madeira

a salvação do meu corpo,

e é ignota a causa,

onde me escondo…e inconscientemente me julgo…

..LIVRE

DE SER O QUE SOU.

….assim me encontro

Porque os olhos já não olham a direito,

As posições direitas, estão turvas,

A cabeça parece uma bola pendente,

Num corpo sem o equilíbrio dos homens.

 

As palavras nunca saem completas,

Nem na voz,

Nem na escrita…

Nem na leitura dos outros.

 

O suor é quente em corpo fervente,

Que cambaleia como um sino,

Que toca e badala o fim de um rito.

 

O cansaço arrasta-me para o vazio,

A demência aparece ao toque dos ponteiros,

E as pernas cruzam-se no meu próprio caminho.

 

Há degraus em cada passou meu,

Há uma montanha para subir,

E um segredo que desce violentamente,

Sobre mim…

 

São as nuvens que me enchem o olhar,

Trazem memórias estagnadas, imundas,

Cheias de preconceitos e gracejos fúnebres.

 

Planeio o ontem, como se ainda hoje o fosse amanhã.

E curvo-me perante as noites que se agarram aos dias,

Como as lapas nos penhascos abissais

Mergulhados no infundado azul vitral.

.

Corro devagar, mas sem demoras, para o espelho,

Porque ainda me resta ver o vazio

que existe no outro lado de mim…

04 August, 2009

pronto-a-sair

Antes,

 dizias que gostavas de mim.

 

Agora,

 não dizes nada.

 

E eu fico aqui sossegado,

à espera que ela chegue

no comboio da madrugada ausente.

…só quero ir, onde nunca vou.

Ontem, antes de adormecer, pensei que devia falar contigo. Levar o “Closer”, sentar-me num café contigo, e pedir desculpa pelo que fiz, e pelo que fizeste, e acabar com as ideias erradas de que a vida vive para sempre, independentemente daquilo que pensamos sobre os outros.

 

Hoje, quando acordei, lembrei-me a espaços desse pensamento, e achei-o demasiado infantil, por ser demasiado honesto e puro para o compreenderes.

 

Hoje, vou ficar calado e afastar essa ideia, porque o orgulho assim o dita.

 

“Também tu Brutus?”

 

E aqui lavo as mãos na água de Pilatos….porque estes pensamentos são criminalmente opostos à dignidade humana.

 

O dia é bom conselheiro, e o sol deixa-nos ver para lá do horizonte longínquo, a distância que esconde de nós, o nosso próprio destino.

 

Assim seja…

barcelona?

I had this perfect dream
-Un sueno me envolvio
This dream was me and you
-Tal vez estas aqui
I want all the world to see
-Un instinto me guiaba
A miracle sensation
My guide and inspiration
Now my dream is slowly coming true

 

(??????????????????????????????)

 

Let the songs begin
-Dejalo nacer
Let the music play
-Ahhhhhhhh...
Make the voices sing
-Nace un gran amor
Start the celebration
-Van a mi
And cry
-Grita
Come alive
-Vive
And shake the foundations from the skies
Ah,Ah,Shaking all our lives

 

(F.Mercury)

 

Sorry,

I Don't Think So…

…not free

É inquestionável que o peso da morte,

desequilibra a balança

que suavemente pesa os nossos receios,

e os nossos anseios.

 

Nos nós dos dedos,

Encontramos as pequenas harmonias

e os medos que nos fazem ser o que somos.

 

As palavras que nos rogam os lábios,

São a essência que nos comporta a unicidade de cada momento.

 

É na madrugada exausta,

com a valência do sono,

que padecemos no espaço,

a viagem que a morte faz até nós,

 

É dela que esperamos,

é por ela que aqui estamos,

Casualmente,

caoticamente,

no perfeito desequilíbrio,

Entre o ser e o nada…

29 July, 2009

amanhã ainda terei força…

mas quando os dias começarem a suceder às noites…

não vou querer pensar, apenas dormir…

28 July, 2009

it’s the end of my world…as we know it

Six o'clock - TV hour. Don't get caught in foreign towers.
Slash and burn, return, listen to yourself churn.
Locking in, uniforming,and book burning, blood letting.
Every motive escalate. Automotive incinerate
Light a candle, light a motive. Step down, step down
Watch your heel crush, crushed, uh-oh, this means no
Fear cavalier. Renegade steer clear!
A tournament, a Tournament, a tournament of lies.
Offer me solutions, offer me alternatives and I decline

 

R.E.M.

 

Cortado por dentro…

Um ritual traçado na postura…

 

A dor só dói no que existe…

A dor só dói quando há consciência presente da dor…

 

E a dor vem,

e vai,

e fica…

e mata…

Mata o que nos resta,

Ignora o que nos restava,

e o que ficou por ficar de Ser…

 

O sangue levou,

E o sangue trouxe,

o animal,

o irracional,

o não Ser…

 

e foi,

e fomos,

e tudo, tudo…se tornou ao vidro que se quebra na dor.

 

E volto…para a terra que me pertence.

Como num ritual sagrado… cortado por dentro…

22 July, 2009

…resistir? Não!

Não quero o troco,

Não quero o estigma da suavidade,

Guardo as ideias, o pavor, a rebeldia

Entalhada no que persiste…

 

É casual, como a morte,

De lado, deixo o corpo estirado.

e solto o sangue,

na fogueira onde arde o tempo.

 

Aqui esmoreço,

do lado de cá,

preso ao que sinto…

 

e é tão simples e cruel…estar assim!

15 July, 2009

H1N1

Eis a forma que a natureza encontrou para controlar o excesso populacional do planeta… (Não devia ter começado na China?)

 

(Morrer com uma constipação é estúpido!)

11 July, 2009

…my O.G.

Say something, say something, anything
I've shown you everything
Give me a sign
Say something, say something, anything
Your silence is deafening
Pay me in kind

 

say something - james

o que me rodeia?

mentiras douradas… eis o que me rodeia…

do not disturb

O fim é lento? Violento? Lamacento?

Que coisa pouca é o fim…

Fumo um cigarro antes de abrir a janela,

solto um arrepio pelo caminho que a estrada engana,

e com as mãos num corpo ingrato,

corro pelo sangue das minhas veias.

Para que as veias onde corre o meu sangue,

sejam parte de um corpo livre de um fim.

vou indo…

Não sei se viajar.. Não sei o se é ir…

Vejo malas, distâncias, caminhos e vontades

Uma máquina, uma cama, lençóis brancos, o cheiro que me reserva.

 

Preservo-me no medo oculto, o receio, as batas brancas..

Há seringas e toalhetes por todo o lado, arrepia-me o leito de uma maca.

 

Olho em volta, e vejo malas, mochilas e sacos cheios.

Parece-me que todos vão de viagem, e todos os diferentes vão nessa viagem,

Mas a passagem é minha, pressinto no sono, nas pernas, no calor interminável da minha face…

A garganta, o sabor do sangue, o ouvido que não ouve, e o silêncio que guardo…

 

E escondo de boca fechada, o que não quero sentir… fecho os olhos e choro por dentro de um sono num sonho injusto…

Não desarmo a tristeza que me amarra o corpo em mim, e não resisto a um adeus prematuro dos outros… e por aqui fico sossegado, enquanto eles vão indo.

08 July, 2009

é hoje…que a levo nos olhares

…hoje é dia de luto pelos vivos, um luto pelo luto que não fiz, por quem não fiz.

07 July, 2009

re-post…(porque Dave Gahan merece)

We are here
We are here, We can love
We share something
I'm sure that you'll mean
The World to me

Your name was the one that was always chosen
Your words and the kindness that set me free
The shame as a hole that has kept us frozen
You open my eyes to the world I could believe
And words can leave you broken inside

You'll have to decide
I'm hanging onto my pride

We are here, We can love
We share something
I'm sure that you'll mean
The World to me

When you get What you need
It's no way of knowing
What you have is another hole to feed
The games that we played they've left us hoping
The gift that we have, the life that we breathe

This world could leave you broken inside
We've nowhere to hide
I'm hanging onto my pride

We are here, we've been chosen
We've been blessed
With the place we need to find and then open

We are here, We can love
We share something
I'm sure that you'll mean
The World to me
When you get What you need
It's no way of knowing
What you have is another hole to feed

 

HOLE TO FEED – DEPECHE MODE

perdidamente sós

É previsível que neste curto espaço de tempo, no segundo que percorremos, na idade que nos faz ser um pouco mais que um minúsculo ponto no mais recôndito espaço que nos surge no infinito espaço que nos envolve, sermos pensantes, sermos seres, sermos capazes de conscientemente perceber que existe algo demasiado grande, demasiado enorme, desmedidamente infinito para caber na nossa compreensão. E que tudo sempre foi e sempre será o que indubitavelmente é…

É demasiado escassa a nossa capacidade, de só por nós, colocarmos as nossas ideias de uma forma universal, é demasiado pequena a nossa capacidade de sentir o que nos rodeia como sendo exclusivamente nosso, é inevitável não compreender a nossa dimensão na dimensão própria do planeta que habitamos, quanto mais de todo o espaço escuro e vazio que nos guarda no seu mais profundo e inóspito canto.

Quando a pequeneza continua a ser demasiado grande para nós, sujeitamo-nos a ser o grão mais pequeno dos grãos pequenos, que ilimitadamente somos.

Eternamente filhos das estrelas, eternamente filhos da escuridão e do tempo que nenhum relógio pode ou consegue contar, aqui estamos nós, na nossa pequena ilha, tão grande aos nossos olhos, mas invisível para quem nos vê para lá do espaço que nos separa da realidade do cosmos que habitamos. E aqui estamos sós. Tão perdidamente sós.

27 June, 2009

bye Mr. Jefferson…

People always told me be careful of what you do
Don't go around breaking young girl's hearts
And mother always told me
Be careful of who you love
Be careful of what you do
'Cause the lie becomes the truth

 

billie jean – michael jackson

25 June, 2009

stop the world and let me off

I've been wasting all my time


With the devil in the details
And I got no energy to fight
He's a fucking pantomime
The devil in the details

 

devil in the details - placebo

24 June, 2009

julien

book

The payback is here
Take a look, its all around you
You thought you'd never shed a tear
So this must astound, must confound you

 

julien - placebo

23 June, 2009

efeito placebo

…dói quando ali vais, quando ali ficas.

sem dor, quando o tempo se auto-consome na tua presença…

……rapidamente se conta e se move,

o movimento pseudo-eterno de estar contigo…

without guarantee

LM0

slow motion suicide

Balanço…

Não sei se perdi a certeza do que escrevo,

E o ar, aquele ar que me reserva a visão natural das coisas…

 

Não sei no que me deixo, no que me faço, no que me fabrico…

…mal, é o defeito de ser o que seja…

 

Aqui me meço menor que o Mundo na sua maior medida.

Aqui me revejo, na ausência e na saída, do pouco menos profundo que te vejo…

 

Parte de ti é a ponte que me suporta, outra, uma dúvida que se aborta em si…

20 June, 2009

caLL you

Sinto-me infinitamente atraído pelo ontem, mas esse nunca volta…

e assim foram os dias assim…e não de outra forma qualquer.

Pateticamente, estupidamente, selvaticamente, freneticamente, mortalmente, reduzidamente…  abaixo de roedor, debaixo das patas de uma formiga, por baixo dos carris do comboio do tempo …assim me resto… francamente fraco e frágil!

 

Perdi a chave da porta, pior, perdi a porta…perdi o mapa que me leva ali, ao regresso de mim…

 

sobra-me o ar, o mar..e pouco mais que a efémera ambição de querer ser ele… 

e chamo-te em segredo… Shhhh! (com o dedo na ponta do nariz)

18 June, 2009

respostas…

O sol deu infinitamente mais voltas sem mim, do que comigo.. e assim vai continuar a ser infinitamente.

 

Expandir-me? Já não chega a expansão do Universo em que vivo? Basta!

 

 Não sou muito propenso a responder a perguntas, gosto mais de as fazer, mas não gosto de ser acusado, condenado e “morrer como um cão”.

 

Julgar-me-ia inocente se fosse ingénuo a esse ponto, mas não deixaria de ser culpado se me sentisse realmente capaz de ignorar o que me dizem.

 

O ignorar é uma manobra muito difícil de executar, porque o ignorar é só por si, ambivalente. Mas não me vou tapar de birras, tristezas e azedumes. As zangas tradicionalmente opostas ao que realmente queremos são: bater com o pé no chão, puxar os cabelos e fazer beicinho. Perguntar dubiamente o que não se pode perguntar, quando só nós temos o poder de o responder, não é tristeza, nem é zanga.

 

Era mais giro se realmente me apetecesse responder. Mas não me apetece.

Não estou de todo para aí virado, estou muito mais ocupado do que isso, e seria impraticável responder sem magoar. Não me apetece magoar ninguém, estou demasiado entretido a magoar-me a mim próprio, é um pouco egoísta, eu sei, mas não deixa de ser uma atitude altruísta também.

 

Respeito? Lembro-me vagamente, e começava por…

ao Barnabé

Não. Não me incomodo mais. O Barnabé morreu, e lembro-me da alegria dele na porta de um bar, quando ligava para a namorada e atendeu a mãe da sua mais que tudo. “Desculpa o ‘incomódo’ ”, disse ele.

Lembro-me do Barnabé, da boina do Barnabé, do dançar, do rir, do falar, das roupas, das brincadeiras, das coisas menos a brincar.

O Barnabé era assim, simples, amigo, brincalhão, malandro, rufia, gatuno, divertido, sincero, era o Barnabé.

E vivia num Mundo tão dele, quanto nosso, mas ingenuamente pequeno, insignificante, impreciso. Não sabia nada de nada, mas sabia de tudo.

Um dia o Gomes ligou-me e disse-me a chorar – “Miguel, o Barnabé morreu!”

Eu sentei-me, fiquei parado, e naquele instante só me lembrava da frase que ele disse naquele dia ao telefone, “Desculpa o ‘incomódo’”, e por ali fiquei, a sorrir na memória mais profunda e inóspita do meu desassossego.

Hoje lembrei-me do Barnabé, e das voltas que o Sol deu desde a sua partida, e sinto saudades daquele rapaz que mal conhecia, e que tanta vida me transmitia.

Estejas onde estiveres, daqui te digo, eu dançava bem melhor que tu… Mesmo sem boina, mesmo sem fumar, mesmo sem beber…

 

(O Alcântara-Mar foi sempre dos homens da “night”)

sem esquecer o nome que dá o nome ao que escrevo…

Senti o teu desaparecer, senti-me desaparecido, foste embora quando mudaste de vida… enquanto a minha vida ficou tão igual.

Não te via, não te falava, mas sentia-te ali, agora.. o vazio, a ultima imagem, a ultima frase, e o teu eterno mudar de vida…

 

E assim foste, sem te despedires de mim.

17 June, 2009

sorrateiramente…

A atitude começou algures no fundo de uma rua que estava em obras, faltaram apenas os buracos no chão… 

e sorrateiramente do lado mais escuro do escuro…

 

{

- Vamos andando? Está a ficar tarde!

- Bora?

– Butes! Tá escuro!

}

Tremendo….do grande passo… entabulado

 

 

[1+1=3?; 2x1 =3?; 1:2=3?] <> [3-1=2?]

16 June, 2009

nada x nada

Uma criança chora, a televisão debita imagens que não entendo, existe aqui um lume brando que me coze lentamente o corpo.

 

A minha mente não descansa, vejo retratos de um dia, de uma página, de um espelho de elevador…

 

Rasgo este pensamento e arranco-o de mim como se fosse a folha de um livro…

Reviro os olhos e não durmo,

tenho medo do amanhã,

porque o amanhã será pior…

cosmos

carl_sagan

Cresci com Sagan e morrerei com a sua memória, porque ele sempre me disse a VERDADE. (Provavelmente o único)

(Obrigado Pedro & Paty!)

15 June, 2009

Juan A.G.

 

juan antonio

Quando o fim chega e a ilusão acaba, olho para trás e transformo-me na pedra fria, oca, imoral, inexistente…

 

Ao pó torno, e pelo pó vou, voando pelo tempo que o passado levou debaixo de um braço.

 

Escondo-me de mim e da minha vergonha, dos meus gestos, do meu acreditar cego, intolerante, imprevisível, e tapo a minha face, onde fecho o desalento, a minha fortuna, o triste destino, desatino, as lágrimas do ontem, do hoje, e do medo do amanhã….

Seguro-me ao que sou, do pouco que posso ser, e do que muito menos serei.

Assim fico, ser adulterado, alcoolizado de incertezas, é o meu ego.

 

Vagueio impune pelas rotas do contrabando sentimental, onde soluço, e roucamente retiro palavras de dentro de mim.

 

E corro, e salto, e prendo-me a tecto do mundo, e ali fico suspenso, cambaleando, vagamente esquecido, infinitamente eu, sem ser um pouco mais que alguém.

Tento esquecer quem sou e do nada que me resta.

 

Não tolerarei mais as verdades que não digo, os prazeres que risco do livro que leio, entregue a uma crueldade de um nome que enche todo o meu corpo, o meu pensar, e o meu existir…

 

E de “tudo o que acho sem saber”,

Saberei as palavras, que sem sabor,

Trazem nos olhos os dias,

Que eu não voltarei a merecer.

 

Só e porque, eu não sou uma catedral!

13 June, 2009

my silence

 

silence

Porque ela não anda para mim

Quando eu ando para lá,

Porque fico aqui,

Quando ela não está.

 

Morto de fome de ser,

Apertado no canto,

De um retiro injusto.

 

Sinto as pernas tremer,

O braços caídos,

Oiço as vozes dos outros,

E espero que o dia passe.

 

E assim me calo,

A assim cumpro o silêncio,

Num ritual meu, e nunca teu…

 

Serás tu perfeita?

Ou serás a minha ilusão,

na perfeita comunhão,

…do que me cabe ser incompleto?

11 June, 2009

anarquia

A revolução instalou-se numa mente quedada ao exuberante ostracismo da noite, que fulminantemente passa, aquela que mata o dia num piscar de olhos, e que se assemelha a uma etapa de caos e desordem nas ideias e ideais dos mais proeminentes seguidores de uma corrente filosófica adjacente ao existir.

 

Sobreviventes ao holocausto e ao terror de um iminente cataclismo, ali nos entregaram o propósito de uma noite sem princípios, sem idade, sem limites… Reconheci-me no universo como atmosfera de fumo, de cheiro, do chão que piso sem dormir… exactamente compreendido no infinito e profundo dançar das gotas de hidrogénio que nos escorrem pela face.

 

A anarquia pura dos movimentos humanos, dos livros, das músicas que tocam sem cessar, tomou o poder da incerteza do sono. A ingenuidade tornou-se a genuína atitude profundamente assente em blocos de madeira rasa… O teu cheiro invadiu o meu espaço, e por ali proliferou em toda a sua magnitude e esplendor, fazendo troar os canhões da pátria, tornando ao dia, a insanidade de uma mensagem acompanhada de violinos.

 

 E por ali se encontraram o tudo e o nada, e juntos, dançaram uma valsa no meu quarto.

 

(Hoje disseste mais do que o dia permitia desmedidamente dizer, até ao adormecer te lembrei…)

08 June, 2009

cromlech

Cromeleque dos Almendres

"Cromeleque, ou cromlech, é o conjunto de diversos menires dispostos em um ou vários círculos, em elipses, em rectângulos, em semicírculo ou ainda estruturas mais complexas como o cromeleque dos Almendres.
O termo está praticamente obsoleto em arqueologia, mas permanece em uso como uma expressão coloquial.
Trata-se de monumentos da pré-história, estando associados ao culto dos astros e da natureza, sendo considerados um local de rituais religiosos e de encontro tribal."

 

Encontro tribal???

Por certo e determinado acaso...continua a ser.

07 June, 2009

nada a declarar

Declaro morte ao sol, à chuva, à ideia parva de querer mudar as coisas que nunca mudam.

 

Declaro morte à minha ineficácia, impotência, parvoíce absoluta de querer ser mais do que sou, quando nunca poderia ser.

 

Declaro morte à minha verdade, que não são mais que mentiras da minha ilusória condição humana.

 

Declaro morte ao sentimento que me corrói a alma, me desgasta a sensibilidade, e me transforma neste Ser que não posso continuar Ser…

04 June, 2009

nonsense (com medo do escuro)

Charllote perdeu os sentidos no seu dia de folga, faltou ao emprego porque não era preciso trabalhar. Vivia de subsídios, daqueles que o Estado paga aos que não gostam de pagar.

 

Charllote encontrou o seu carro desarrumado, era vulgar esquecer-se de o arrumar, por isso apanhou um autocarro para a baixa. Felizmente estava trânsito, deu para chegar uns trinta minutos atrasados ao funeral do seu noivo, ninguém se importou, até porque estavam todos no café a jogar às cartas.

 

Adiantou serviço, pegou na pá e bateu com ela no solo, o padre foi-se embora, e o café fechou para balanço.

 

Saiu ao pé-coxinho, mas ficou encravada na porta do cemitério, uma sexagenária tropeçou no ferrolho do portão e provocou uma fila nunca antes vista. Charllote apanhou um táxi, e saiu na primeira curva. Entrou numa livraria que tinha acabado de ser inaugurada e pediu um gelado de nata, sentou-se e cortaram-lhe o cabelo.

 

Passados 3 minutos desistiu de ser pessoa, tornou-se uma ave de rapina. Não foi uma boa escolha porque começou a chover.

 

Foi a nado até casa, estava estafada, mas quando chegou a casa, a sua casa já não era ali, era do outro lado do Mundo, disse-lhe um rapaz que passava por ali a assobiar com um palito nos olhos.

 

Ficou para morrer, mas conseguiu sobreviver graças a um raio que lhe atingiu a ponta do bico, ficou num estado lastimoso, parecia uma avestruz, que para ave de rapina não é muito apropriado.

 

Desceu a avenida a cantarolar uma música que nunca foi feita, descobriu isso quando alguém a fustigou com um pedaço de pão duro e seco. Calou-se e rastejou até ao cais.

Tirou do bolso uma balança e pesou as consequências, estava tramada, ou a balança avariada, mas por via das dúvidas suicidou-se antes que fosse tarde.

 

Mais tarde adormeceu a ouvir os barcos a descarrilar, sonhou profundamente, e ali pereceu, afogada na eternidade…

Der Zauberberg

K_MontanhaMagica.qxp

Promessas ao subir uma montanha de magia..

Eu não te posso dar mais do que aquilo que posso pensar…

Eu não posso pensar mais do que aquilo que posso ser,

Eu não posso ser mais do que aquilo que podes prometer.

 

Serei sempre um pouco menos que a montanha,

E um pouco ou nada maior que o espinho de um ouriço.

 

Estranho as teclas quando os erros escapam pelos dedos,

a promessa ausenta-se de si,

e a sua plenitude deixa de ofender o inoportuno sentir dos sentidos.

yes…i can!

It's a mystery to me ... the game commences
for the usual fee ... plus expenses
confidential information ... it's in a diary

This is my investigation ... it's not a public inquary
I go checking out the reports ... digging up the dirt
you get to meet all sorts in this line of work
treachery and treason ... there's always an excuse for it
and when I find the reason I still can't get used to it

private investigations by dire straits

01 June, 2009

por quem nunca vou esquecer…(a menina que és)

E assim o meu espírito se desumaniza de mim,

como parte do invólucro que me envolve a pele,

 a película transparente que emana pouco mais

que um medo infinito de te tocar.

 

Contei cada minuto em teus passos,

cada palavra que me tocou fundo,

E a lágrima caiu, perdida num chão de areia e pedra.

 

Ouvi o murmurar dos pássaros que me traziam o sentir,

Vinham de longe, vinham de lá, de onde vinhas tu.

 

Sorri ao vento, e agradeci poder ter o olhar que te vê,

Escondido, fugido, sedento de te abraçar, ali fiquei.

Parado…

 

Olhaste-me nos olhos, e eu petrifiquei,

Senti-me uma nuvem que passa,

que alarga a sua lentidão e se dissolve no ar.

E naquele instante morri sem te viver,

Abracei-te no meu pensamento,

E com a força que não me é permitido comprovar,

Viajei!

Suave e calmamente, no nosso tempo.

 

Obrigado Maria…

Por ainda me fazeres ouvir o meu respirar…

o meu sorrir … e o meu Ser..

31 May, 2009

Light My Fire

Will our story shine like a light?
Or end in the dark?
Give it all or nothing

25 May, 2009

aparentemente vazio…

Não. Não posso ser, é exterior a mim…

Eu sou o parente mais próximo do acautelamento prematuro das acções que se podem imaginar, mas nunca exercer…

22 May, 2009

‘non ou a vã glória de’ existir

 

Aos seis anos conheci o tempo que o tempo leva, quando adormecemos num sonho projectado numa tela..

 

Hoje, perdi a noção do tempo, em que conheci Marlon Brando em Apocalypse Now.

 

Hoje, encontrei a saudade que me fez amar tão loucamente a arte de dar movimento às imagens.

 

Hoje [Ontem], perdemos João Bénard da Costa… e o cinema chora.

19 May, 2009

ausente de mim

Desanimo de frente,

Ao destino preguiçoso

Que me resta a seguir ao dia,

Em que encontro a escuridão.

 

A animosidade é inconstante,

Nada me resta além do corpo,

Do pretenso Ser o que é.

 

Não me sobra o sorriso,

A água indigesta,

O fundo do poço,

Quadrado, redondo,

Sem forma.

 

Não quero cair,

Mas quero sair,

 

Não me resta viver,

Mas não quero morrer.

 

Sem o sol que me arrasa, levem-me daqui.

E eu ausento-me,

sabiamente.

esquecido em mim…

Alegre a sorte dos que a fortuna esgrima sabiamente com o destino.

 

A minha espada é o meu Eu.

 

A minha fortuna é o abismo infinito da loucura,

que me declara presente, na ausência total da minha identidade.

 

E o meu destino…

Que não é mais que, uma nuvem espessa de ilusões e fantasias,

Não é autêntico!

18 May, 2009

Perder,

Possivelmente nas ideias do vento,

Que de excessivamente nos dispersa.

 

Edifícios ocos, sem coloração,

Pedras em tombo, fumegante,

E o cheiro de cinza no ar.

E perder…

 

Perder a essência,

Os desejos,

A inocência retratada.

A fina sorte do dia que se esgota,

Na impaciência contida em cada gesto.

 

E perder…

O sabor do teu cheiro,

O calor da tua frontalidade,

A paixão da tua pele.

 

E na tua ausência renasci,

Sobrevivendo,

Existindo na superficialidade contida,

Desmedida,

Em cada dia que me torna à real miséria.

 

E volto…

….a perder.

Um fragmento de mim.

4U “Obscuro Domínio”

[sob o reservado olhar de um ‘post’ anterior]

Sobre o Caminho

Nada

nem o branco fogo do trigo
nem as agulhas cravadas na pupila dos pássaros
te dirão a palavra

Não interrogues não perguntes
entre a razão e a turbulência da neve
não há diferença

Não colecciones dejectos o teu destino és tu

Despe-te
não há outro caminho

Eugénio de Andrade  [J.F.Rato]

 

unnecessary

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm

dm – enjoy the silence

 

 

Todos os meus caminhos vão dar ao mesmo fim...

É o castigo eterno, que não compensa a culpa.

Cruel é o crime, de me incriminar totalmente.

why don't you give love?

I must be an acrobat
To talk like this
And act like that
And you can dream
So dream out loud
And you can find
Your own way out
You can build
And I can will
And you can call
I can't wait until
You can stash
And you can seize
In dreams begin
Responsibilities
And I can love
And I can love
And I know that the tide is turning 'round
So don't let the bastards grind you down

 

acrobat - u2

saturday night fever

I'll tell you what I've done
I'll tell you what I'll do
Been driving all night
just to get close to you

Sleeping In My Car – Per Gessle

16 May, 2009

apontamentos

Agora vou estar com mais atenção, e perceber se estou mesmo na minha…

Se assim for, prometo tirar um curso de bombista suicida, porque às vezes é bom ser de um umbiguismo radical…

ditaduras

Ontem estava numa agonia desgraçada, e hoje a vida transformou-se numa piada.

Não que perceba muitos de piadas, mas percebo menos de vida, e faz-me imensa confusão tudo o que se faça baseado em contradições.

A incongruência é respeitável quando falamos de piadas, mas nunca na parte vida, mesmo quando é utilizada como antibiótico para a monotonia.

Chega a ser um mecanismo execrável, mas ninguém está disposto a arriscar uma vida pela vida de uma barata tonta. Facto.

 

Há horas para se respirar pelo nariz, outras pela boca, e há horas que não se respira..e isso é óptimo, principalmente quando há imenso silêncio para oferecer.

11 May, 2009

o aborrecimento final

Já não tenho muita paciência para Kafka, para Stravinsky, e para viver.

E quando me olho ao espelho, vejo um ser humano que estranho, e torna-se cada vez mais, um infinito aborrecimento.

 

Camus terá razão, não interessa o quanto, interessa sim, o que nos resta.

 

E neste caso, o aborrecimento profundo prevalece.

 

(Até quando o meu respirar me irrita?)

07 May, 2009

Maria (o teu nome)

E demasiadamente um corpo emana verdade, existência, vida.

Luz em si, esconde as derrotas e acende o sol ao passar.

Convicta atitude, pertinente é a vaidade e o sorriso no rosto.

Um choro, uma queda, uma mágoa, uma birra pegada ao colo.

Um mão que me agarra, e me arrasta para fora do deserto.

Um passo em falso, uma corrida, uma brincadeira.

E as nuvens descem, e a escuridão que te assusta se enche em mim.

Não deixo de dar um passo em frente, sem olhar por cima do ombro.

E é falso. Está longe a idade da criança que me fizeste ser, parecer, querer.

 

E frequentemente recordo-te:

 

A andar,

a correr,

a falar.

A crescer sem mim, a esquecer o que me ensinaste.

A descer a escada que te guia o ser, o que és, e o que nunca poderás ser para mim.

 

Contigo existi inteiramente, intensamente, e até o meu corpo se reconheceu em mim.

Sem ti… sou pouco mais que a bobine vazia de um filme, que infinitamente acabou de acabar.

 

É imponente a saudade, gigantesca, como uma montanha que beija o céu.

E aqui se lança, continuamente, sem se cansar.

E por aqui a guardo, nos passeios matinais da minha infantilidade.

unforced error

No fundo do court, recebo um serviço puxado ao centro, e com violência utilizo a minha direita cruzada… o pó levanta, a rede abana, a bola bate no solo, e sai disparada para o fundo do court… e oiço a voz que diz:

 

“OUT”

27 April, 2009

devaneios existenciais

O meu quarto não pára quieto, as paredes estão pálidas, e o tecto lembra-me uma tela que ficou por pintar.

É profundamente ridículo, mas tenho medo do meu colchão.

Não durmo, porque não me reconheço a dormir.

Não serei eu no meu quarto, mas será o meu quarto em mim.

Aterrador…

Ele fica, eu não.

E isso assusta-me.

A minha consciência não pára de me atraiçoar, e por esse facto, não me é permitido encontrar uma razão concreta e autêntica para descansar.

Assim não se pode dormir.

ensaio para um conto..#2

Um artista que morre na fome da sua adversidade, respira com brevidade, e com um pequeno ardor no peito.

Coração que não transpira a coragem do ser que o faz, é de criador dotado de desgraça.

Inclinado sobre a ponte, oscila lentamente, entre a certeza consciente, e o gesto provocador do termo. Ali está. A correnteza não o intimida, o rio sussurra algo que não se pode representar, mas que não o satisfaz. Uma jovem passa. O artista, nada diz. Nada faz. Transfigura o seu diminuto mundo, no centro do seu universo, e calmamente levanta a cabeça, estica o pescoço por entre a obscuridade do pó. O seu olhar torna-se uma lente de alta definição, onde vislumbra todos os pontos cardeais de uma só vez.

Inclina-se para trás, e cai no passeio.

Por ele passa uma extensa massa de pernas, calças, sapatos de cores garridas. Revira o olhar, e no seu estado horizontal, consegue absorver na totalidade o seu amargo destino.

A humidade do pavimento, o ruído dos carros, o sol que o funde.

Uma mão se amplia, içando-o fortemente para a sua presença. Na sua inerente condição, o artista sente-se moribundo, agradece a ajuda, mas declina a sua determinação de ser ajudado por um estranho. Embriagado pelo que o rodeia, encosta-se no corrimão que o separa do rio, e ali se agarra. Contemplando as pessoas que o ignoram, fechadas na sua própria aparência, caem mudas no seu vigilante quotidiano. O artista assim as vê, assim as pinta mentalmente. Como sombras. Como fantasmas planos, absolutos, intensos e afoitos.

O suor não o amedronta, liberta um lenço alvo na cabeça, para se abrigar das gotículas que palmilham o seu rosto, e para que ali se sepultem. Na fibra, no lenço.

Fecha os olhos, reintegra-se na sua condição humana, lembra-se do seu estado físico, mas de nada mais se recorda.

Não sabe o que faz ali, nem sabe qual o seu nome. Não sabe se tem família, amigos, colegas, ou mesmo animais de estimação. Não sabe quase nada de si, apenas sabe, que é um artista. Não tem para onde ir, não tem o que criar, não sabe nada do que o rodeia, e nem se importa em saber.

A solidão emerge na pele do seu corpo, mistura-se no suor, e encharca as roupas que o vestem. Um aroma de tristeza liberta-se no ar, e o artista sente-se novamente perdido. Volta as costas para o que vê, agarra o corrimão com as suas mãos trémulas, mas vigorosas, e olha para o rio… Não resiste, e num impulso profundo, salta…Na sua queda, curta e breve, lembra-se de tudo o que se havia esquecido, e antes de se quedar morto no leito do rio, solta um grito, onde liberta toda a sua existência.

Naquele instante, as pessoas, os carros, os prédios, as nuvens, os cheiros, o pó, a humidade, o sol, tudo desaparece, e revela-se o vazio. A consciência determina-se em si.

E no mergulhar do seu fim, tudo volta a existir infinitamente.. até o corpo de um artista, que se arrasta no rio.

25 April, 2009

…basic

Suave, suavemente, estreito o corpo, e passo.

Despercebido por entre as pessoas, por entre muros. Caminho.

Há casas de um lado, há casas do outro, há janelas e paralelos existenciais.

Vidas sem vida, mulheres, pessoas diversas, sobreviventes ao caos.

Enterro os pés na terra, devagarinho, suspiro, respiro a preto e branco.

Há uma cor, um som que não reconheço, uma aragem fria. O meu corpo.

O meu corpo desliza de uma forma brutal, é estranhamente leve, é estranhamente inexistente, desobediente, inexacto e desfasado da realidade do meu pensamento.

Liberto um sorriso, o teu sorriso, a tua imagem, os teus olhos.

Vou rindo das tuas ideias, das tua patetices loucas, dos teus planos de fazer a vida andar ao contrário, com os pés voltados para trás…É surreal, um pouco absurdo até, mas não deixa de ser especial ouvir-te falar, demasiado especial. Tão especial como o Ser teu.

24 April, 2009

dormir enquanto é pouco…

Se há ar, se há sol, se há respirar

Se há uma vida, se não existe um ter,

Um não pertencer, ou querer

Uma imagem invertida numa folha passada,

De que serve a miragem adulterada?

De que serve o respirar?

O corpo que não é nosso.

É passado…

E passou…

21 April, 2009

saint stupid day

O dia 21 de Abril, é muito estúpido…

 

Cáustico

Calórico

Caótico

Contrário

Calamitoso

Confrangedor

Cataléptico

Cataclísmico

 

e montes de palavras começadas por “C” que agora não interessam nada.

16 April, 2009

ted talk - creativity

12 April, 2009

two spirits dancing so strange….

arrabida (2)

“we're clinging to our own beliefs”

All this frustration
I can't meet all my desires
Strange conversation
Self control has just expired
All an illusion
Only in my head you don't exist
Who are you foolin'
Don't need a shrink or an exorcist

 

Show me the movie of who you are and where you're from
Born of frustration
Caught upon the webs you spun
Where's ther confusion
A vision of what life is like
Show the movie that doens't deal in black and white
Talk talk talkin 'bout who's to blame
But all that counts in how to change
Stop stop talkin 'bout who's to blame
When all that counts in how to change

 

born of frustration - james

07 April, 2009

Emma #1

Acostumada aos aspectos serenos, voltava-se, pelo contrário, para os acidentados. Não gostava do mar senão pelas suas tempestades e da relva unicamente quando era alternada com ruínas.

Sentia necessidade de poder tirar das coisas uma espécie de proveito  próprio, e repelir como inútil tudo que não contribuísse para a alegria imediata do coração, porque tinha um temperamento mais sentimental que artístico, procurando emoções e não paisagens.

 

Madame Bovary by G.F.

03 April, 2009

infinitamente cruel

MILENA JESENSKA

Já com 36 anos Kafka conhece Julia Wohryzek com quem fica noivo. Novamente os problemas de saúde. Em 1920 inicia uma correspondência com Milena. O amor que o uniu a Milena teve logo um primeiro obstáculo. Ele era noivo de Julia e Milena era casada. Kafka a conheceu devido as traduções dos primeiros escritos do autor para o tcheco.

Milena era uma mulher sensível, inteligente e de um excelente gosto literário. Com ela era possível uma comunicação espiritual superior a que tivera com Julia ou Felícia.

Kafka se apaixona e pede que Milena venha viver com ele em Praga. Ela recusa. De 1920 a 1923, Milena é o centro da vida de Kafka.

As cartas que trocaram durante este tempo mostram os dramas, os sofrimentos, as angústias e a solidão que aprisionava Kafka. Quando Milena lhe fala em felicidade, ele escreve : "Para que falar de um futuro comum que jamais se realizará. Poucas coisas são seguras, mas uma delas é que nós nunca viveremos juntos na mesma casa, nunca sentaremos juntos á mesma mesa, nem sequer chegaremos a viver na mesma cidade." Milena compreende Kafka como como poucos e numa carta a Max Brod ela diz : "Todos nós, aparentemente, conseguimos ir vivendo porque, num dado momento, somos capazes de nos refugiar na mentira, na cegueira, no entusiasmo, no otimismo, numa convicção absorvente ou em qualquer outra coisa. Mas ele não tem asilo protetor algum. È absolutamente incapaz de mentir, como também é incapaz de se embriagar. Não tem o menor refúgio. O menor abrigo. Por isto está permanentemente exposto àquilo que estamos protegidos. É como se fosse um homem nu no meios dos vestidos..." in www.subcultura.org

01 April, 2009

a ti, Milena Jesenka

Um bramido no chão, um desejo passageiro,

Ao fundo, perdido, parado, esquecido,

Acabado, acabo por fim…suavemente fechado.

 

Foi um esboço imperfeito,

Um Inverno, uma estação,

Aquele comboio.

Uma praia, um grão.

..areia que já não piso…e volto.

E fui..e foste..e foi, e fomos.

Sim! Um nada absoluto!

 

E na ida da morte que vem de dentro,

Ela, que sobe a escada, a direito, a baixo

Toca-nos, perto ou longe, no infinito,

E aí se perde,

nos teus olhos,

nas mãos,

nos cabelos,

nas nuvens e nos gestos.

 

Na memória

…apenas a sombra, que de vazio se enche em ti.

 

No fim, um papel que engana,

Em um tempo farto, cheio, milenar,

Que nunca passa por nós.

Existentes.

 

Deixaremos de existir infinitamente.

(porque Felice Bauer também existe aqui…)

27 March, 2009

my “traviata”

ALFREDO
Ah si', da un anno.
Un di', felice, eterea,
Mi balenaste innante,
E da quel di' tremante
Vissi d'ignoto amor.
Di quell'amor ch'e' palpito
Dell'universo intero,
Misterioso, altero,
Croce e delizia al cor.

VIOLETTA
Ah, se cio' e' ver, fuggitemi
Solo amistade io v'offro:
Amar non so, ne' soffro
Un cosi' eroico amor.
Io sono franca, ingenua;
Altra cercar dovete;
Non arduo troverete
Dimenticarmi allor.

24 March, 2009

…segredos #1

Conto uma história secreta, só para me perder:

A praia seduz-me, realça os meus sentidos mais profundos, ressoa o grito da minha alma. Em todo o caso deito o corpo na areia, moribundo, olho o céu, e não imagino o seu fim. Não imagino o meu.

A areia sabe a mar, o mar sabe a sal, o sal sabe mal, e não sobra nada para lá do sabor que só eu posso sentir. Mas gosto do sabor da areia, do cheiro do mar, da queimadura do sal, e de tudo o que me possa fazer mal.

Gosto pouco de mim, mas gosto de me querer ver vivo, mais do que posso imaginar. Como tanto posso crer, sem nunca querer ser, para lá dos limites do céu e de um qualquer olhar..

 

E aqui penso, e aqui falo para aquela criança que vive dentro de mim:

 

(Uma criança, uma incerteza. Olha, é o poema que sobra. Que qualidade, a do infinito.Longe de mim querer ser, pertencer, ter ou poder. Nada, vazio, rude, despido. Sou!)

- Sobrevivo, pouco, mas vivo. Respiro.

- A minha consciência é esta, é tudo, é nada, é o que me resta, e pouco ou nada mais do que vai deixar de ficar e ser.

- E o mar? E a areia? E o sal? E tudo o resto, que não nos resta na consciência de existir?  - Pergunta a criança.

- Continuará a existir sem a nossa consciência, mas deixará de existir em nós, para nós!

- O que nos envolve é feito na nossa medida, não somos produto, não somos produtores, somos apenas conscientes de uma imaginação absolutamente casual. A realidade não é a base da existência total, é um pequeno espaço que nos dá a ilusão do movimento, é apenas um suporte para a generalização natural do ser. É trágico, mas é um facto.

 

(Continua…)

23 March, 2009

ensaio de desejo

No oposto da morte surge o desejo, e na arte do poeta que o prediz, solta-se a força da razão. A razão que nos faz perder o raciocínio lógico, da aparência real do nosso sentir.

A noite, o medo, a angustia, a invasão da malignidade inconsciente, é a sorte que nos carrega quando olhamos o nosso umbigo e ele nada nos diz.

Ao desfolhar o jornal da vida, encontramos as notícias sobre as nossas capitulações precoces, as tragédias que nos agudizam o ego, e nos tornam tão similares aos outros que nada nos dizem.

Ao fundo, a grande cidade. A cidade que nos enche, e nos frequenta por baixo do nosso corpo.

A norte, a geada, o cinzento prateado, os carris de uma linha que parece não ter fim.

A sul, a hesitação, o sol de Inverno, que derrete a saudade e a transforma em pequenos grãos de areia fina e harmoniosa.

No meu lugar, o traço que conta mais um dia, uma barreira branca, um cenário absorto, uma nuvem que passa e se dissipa no horizonte.

E no fim, tudo se torna estéril, sem glória, sem história, sem cultura, sem ventura, é a tragédia da sorte amaldiçoada pelos teus lábios, pelos segredos que me fascinam, pelo teu semblante litográfico.

E assim te desejo, e assim expiro, no extremo oposto da loucura que me consome.

20 March, 2009

assim te guardavas…em mim.

Sossega, coração! Não desesperes!

Talvez um dia, para além dos dias,

Encontres o que queres porque o queres.

Então, livre de falsas nostalgias,

Atingirás a perfeição de seres. (…)

 

Fernando Pessoa

come back..

Come back Come back to me
I've been waiting here patiently

I've been walking a thin white line
Between love and hate
I could use a lil company
A lil kindness to go a long way
Weeks turn into months
Months turn into years
Reaching the same conclusions
Gathering up the fear

Come back Come back to me
I've been waiting here patiently


Come back Come back to me

 

by DM

 

Obrigado, era mesmo isto que eu queria dizer.

(Não podemos morrer pelo impossível, mas sempre podemos sobreviver sonhando)

19 March, 2009

Oblique Strategies

obliquevst

 

“Withdrawing in disgust is not the same thing as apathy”

18 March, 2009

my answer…(rolling on the river)

Existence.

Well, what does it matter?

I exist on the best terms I can

The past is now part of my future

The present is well out of hand

control (ian curtis)

17 March, 2009

she’s lost control again…

Confusion in her eyes that says it all.
She's lost control.
And she's clinging to the nearest passer by,
She's lost control.
And she gave away the secrets of her past,
And said I've lost control again,
And a voice that told her when and where to act,
She said I've lost control again.

And she turned to me and took me by the hand and said,
I've lost control again.
And how I'll never know just why or understand,
She said I've lost control again.
And she screamed out kicking on her side and said,
I've lost control again.
And seized up on the floor, I thought she'd die.
She said I've lost control.
She's lost control again.
She's lost control.
She's lost control again.
She's lost control.

Well I had to 'phone her friend to state my case,
And say she's lost control again.
And she showed up all the errors and mistakes,
And said I've lost control again.
But she expressed herself in many different ways,
Until she lost control again.
And walked upon the edge of no escape,
And laughed I've lost control.
She's lost control again.
She's lost control.
She's lost control again.
She's lost control.

Joy Division

algumas coisas porreiras para se ver/fazer…

Aida de G.Verdi – Lisboa - 2 ,3 e 4 de Abril

aida

David Byrne and Brian Eno – Lisboa – 28 de Abril

david byrne

Rachmaninov e Dvorák – Lisboa – 5 de Maio

rach

Depeche Mode – Porto – 11 Julho

depeche 

E ainda…

Música para 4 mãos (MªJoão Pires e Ricardo Castro) (09/04- C.C.B/G.Audit.)

Agrippina (Handel) (17/04 a 30/04 – Teatro Nac. S.Carlos)

Emir Kusturica & No Smoking Orchestra (18/04 – C.Pequeno)

Cinderela (Classical Russian Ballet) (10/05 – Coliseu dos Recreios)

Carmina Burana de Carl Orff (16/05 – C.Pequeno)

Don Giovanni de W.A.Mozart (30/05 a 14/06 – Teatro Nac. S.Carlos)

Jazzanova (Cooljazz Festival) (10/07 – Cidadela de Cascais)

DMB e o CHRIS CORNELL (11/07 - Optimus Alive) [DEPECHE MODE]

etc…

U2 360º TOUR – (30/06 - Camp Nou – Barcelona)  On Sale Soon!

15 March, 2009

my tribute

corbjin tribute

for the best…